Quando Cavaleiros do Zodíaco: Bravos Soldados foi anunciado, em 2012, imaginávamos que seria o game definitivo da tão fascinante serie Cavaleiros do Zodiaco. Mas Bravos Soldados era apenas um jogo de luta razoável, e não a experiência definitiva de CdZ que eu sonhava em ver convertida para os games. Agora em 2015, 21 anos após a estréia do anime que marcou minha geração chega o game que pode se dizer quase próxima de ser definitiva. Ele se chama Cavaleiro dos Zodíaco: Alma dos Soldados.
Porem, Os Cavaleiros do Zodíaco: Alma dos Soldados é um jogo complicado de se analisar. Primeiro porque ele é basicamente uma atualização de seu antecessor, Bravos Soldados – uma versão “Super” ou “Ultimate”, por assim dizer. Mas, ao mesmo tempo, é um jogo novo para os brasileiros por causa de sua dublagem e também pelas novidades vindas como conseqüência da atualização.
Porém, nada disso é mais importante do que a seguinte pergunta: você gosta de Os Cavaleiros do Zodíaco? Se sua resposta for sim, continue lendo essa análise. Se for não, não será este jogo que o fará gostar da franquia. Somente fãs gostarão. Não temos aqui um caso no qual as pessoas que não conhecem a obra (principalmente o anime) possam se interessar pelo material de origem por causa do jogo. Longe disso, é capaz de odiarem mais ainda porque em sua essência, Alma dos Soldados é um jogo muito simples, possuindo profundidade apenas para quem gosta da série e principalmente para os nostálgicos.
Se você jogou o anterior, saberá o que encontrar aqui, pois é basicamente a mesma coisa: são combates 1 contra 1 em ambientes 3D. Quadrado e triângulo são os golpes fracos e fortes, respectivamente, podendo ser combinados para diferentes combos. X pula. Bola lança um simples projétil. Agora, pressionando L1 (defesa), os botões mudam para agarrão e dash. Com R2 e mais um botão, você usa os ataques especiais – no caso de bola, é o big bang. O big bang só pode ser usado quando a barra para o sétimo sentido estiver cheia. Com ela cheia, ou você usa o big bang de uma vez, ou ativa o sétimo sentido com R3 para poder impedir um combo do inimigo e, durante esse período de ativamento, usar o big bang.
Se pressionar L2, o seu cosmo será enchido e, enquanto estiver pressionado, é possível executar os chamados ataques explosivos com quadrado ou triângulo ou andar na velocidade da luz em direção ao oponente com X. Enchendo sua barra de cosmo, os ataques especiais mencionados no parágrafo anterior podem ser usados. Por fim, o R1 pode escapar de um combo inimigo se você tiver cosmo para isso.
Parece muito complicado, mas é simples e você pega o jeito rapidamente.
Os modos de jogos como em todos os jogos de luta são bem divertidos. O principal, chamado de “Lenda do Cosmo”, é onde estão as quatro sagas: 12 Casas, Asgard(sim desta vez temos todas do anime), Poseidon e Hades. Alma dos Soldados conta a história com cutscenes desta vez (uma das principais críticas de Bravos Soldados era que tudo do modo história era via texto). Infelizmente, as cutscenes são muito simples – até demais, na verdade. As animações não possuem muitas variações: os personagens possuem cerca de cinco poses nelas, mas tudo é compensado pela dublagem. A Bandai Namco finalmente atendeu ao pedido dos fãs brasileiros e usa a mesma dublagem que escutávamos desde a época da Manchete – é simplesmente sensacional.Falaremos mais dela depois.Ainda sobre o Lenda do Cosmo sua mecânica é similar ao jogo anterior: cada luta possui objetivos opcionais a serem cumpridos, assim como um rank, aumentando a “vida útil” do modo.
Um modo que estréia aqui é o “Batalha de Ouro”. Usando coisas como frases de ajuda (que na verdade são espécies de boost para o personagem), você luta usando um dos 12 cavaleiros de ouro com armaduras divinas e enfrenta outros cavaleiros de ouro ou até mesmo de bronze, também com armaduras divinas. É um modo interessante,e divertido,mas as histórias aqui não são tão bem desenvolvidas quanto as presentes no “Lenda do Cosmo”.
Já no modo “Batalha”, é possível fazer as clássicas partidas versus com seus amigos ou contra a CPU, seguindo diversas regras. Infelizmente, para poder usar os personagens do jogo, é preciso primeiro habilitá-los nos modos mencionados anteriormente. Além desse modo versus, temos os já também conhecidos Sobrevivência (vença uma seqüência de lutas sem poder recuperar a vida – a recuperação só acontecerá se cumprir com o objetivo pedido e se ele estiver disponível) e Torneio Guerra Galáctica, que são mais maneiras de você lutar com o seu personagem favorito, sem seguir muito a história do anime.
Temos também a opção de Batalhas Online. Como no game anterior as disputas onlines a depender do território pode ou não ser com grandes lags.
Por fim, temos diversos colecionáveis. E aqui surge um coisa chata do jogo: o método para destravar todos os itens (que consistem em frases de ajuda para o modo Batalha de Ouro principalmente, inúmeras skins, cenários, trilha sonora, etc), é preciso de muitas moedas, o que fará você ficar jogando determinados modos e lutas muitas vezes, apenas para acumular o que é preciso para destravar tudo. Não que o método seja errado, mas quando ele se torna cansativo para alguns e o único recurso é esse, é um problema.
Bom agora sobre a dublagem,ele tem muito destaque, pois além de ser muito boa e com a qualidade que esperávamos, ela permanece durante a luta. Ou seja, os gritos de dor e de ataque continuam sendo dos dubladores brasileiros – não é como em Mortal Kombat X, por exemplo, que na hora da luta as vozes são trocadas para os dubladores americanos. De qualquer forma, se você prefere as vozes japonesas, é possível trocar para elas sem maiores problemas.
Cavaleiros do Zodíaco: Alma dos Soldados é feito para um público muito específico: fãs do anime e do mangá que marcou gerações. O combate é certamente divertido e competente, e a quantidade de conteúdo oferecida é realmente estonteante, mas um jogador que não sabe distinguir um Ataque Fantasma de Fênix de um Ave Fênix não vai conseguir acompanhar muito bem,fazendo para esse mais um game de luta qualquer.