Analise – Assassin’s Creed: Rogue

Danilo de Oliveira
7 Min de Leitura

Produzido pela Ubisoft para consoles de geração passada , Assassin’s Creed: Rogue”. Anunciado como uma das maiores novidades na história da franquia, ao colocar o jogador no comando de um templário,o game é um bom símbolo do que a série da Ubisoft está  se tornando  nos últimos anos: um jogo que parece recauchutado, com as mesmas mecânicas, o mesmo visual e propostas tão semelhantes.

A história de “Assassin’s Creed: Rogue” acontece entre “Assassin’s Creed III” e “Assassin’s Creed IV: Black Flag” e conta como o protagonista Shay Patrick Cormac, um membro da ordem dos Assassinos, se converteu à ordem dos Templários e passou a caçar seus ex-companheiros na busca de artefatos lendários pelo equilíbrio da sociedade mundial. O desenrolar desses eventos tem alguns momentos bem bacanas, com algumas revelações (o final faz ótima conexão com “Assassin’s Creed: Unity”) que adicionam ainda mais contexto à grandiosa saga da Ubisoft.

Mas o ponto mais fraco do enredo, sem dúvida, é a tal mudança de lado. Para justificar a traição e a debanda do protagonista Shay Cormac da Ordem dos Assassinos para o lado dos templários, a Ubisoft força uma série de argumentos e comportamentos de assassinos e templários que distoa daquilo tudo que o jogador viveu desde o primeiro “Assassin’s Creed”.

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O jogo acontece durante o final do século XVIII, na costa leste das terras que, alguns anos depois, viriam a se tornar os Estados Unidos, em pleno período de Guerra dos Sete Anos, série de conflitos travados entre Inglaterra e França, aliados a templários e assassinos, respectivamente.

Apesar de Shay se tornar um templário, os controles e movimentos do jogo seguem os mesmos de sempre, já que ele, originalmente, é um assassino. As missões do jogo, a gestão de bases, conquista de fortes e tantos outros elementos seguem quase que inalterados, apenas levemente maquiados. Ou nem isso.

Sem quaisquer inovações na mecânica, “Assassin’s Creed: Rogue” segue com a tradicional jogabilidade da série: com o simples segurar de um botão, você pode caminhar, correr, se equilibrar, escalar e alcançar qualquer um dos pontos mais altos disponíveis pelos mapas, desde que essas superfícies tenham algum elemento onde seja possível se agarrar ou proporcionem pontos de ligação entre um objeto e outro.

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Tudo acontece de forma bem intuitiva e responsiva, mas ainda acontecem alguns probleminhas de reconhecimento do personagem, em que às vezes ele faz um movimento não planejado (por exemplo, se pendurar em algum lugar onde não era a intenção primária) e desvirtua momentaneamente a dinâmica de movimentação do gameplay.Os combates segue o mesmo esquemas dos anteriores,então quem estiver acostumado nem vai se importar.

Com uma campanha de cerca de 15h, o jogo tem missões consideravelmente diversificadas que vão de perseguir alvos (e matá-los), encontrar pistas sobre o paradeiro de conspiradores contra a ordem (Assassinos x Templários), infiltrar-se em um encontro privado para descobrir informações secretas, recuperar relíquias, abater navios cargueiros e assim por diante. Mas ainda não é nada novo,só é uma junção dos games anteriores (no caso o terceiro e o Black Flag).

Divididas em três regiões (Atlântico Norte, River Valley e Nova York), as atividades secundárias envolvem variados cardápio como de costume interceptar assassinatos, roubar cargas de mantimentos, encontrar mapas de tesouros, caçar animais para criar itens e melhorar equipamentos, encontrar pedras preciosas,entre outras tambem já conhecidas de jogos anteriores.

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Outro ponto que volta com alguns ajustes são as batalhas navais. Extremamente divertidas,elas continuam agradando e adicionando momentos empolgantes ao gameplay. No começo, você tem apenas um barco bem fajuto e fraco, mas com o tempo vai melhorando atributos de canhões, morteiros, defesa de casco, tiros explosivos de armas secundárias e ofensividade da proa para abater navios inimigos cada vez mais difíceis.Mas diferente de Black Flag existe mais facilidade em vencer certas batalhas.Seus inimigos também podem invadir seu navio, ao enfrentar inimigos com poder de fogo maior você pode simplesmente posicionar ele para ser invadido e partir para luta corporal,já que com sistema de combate é super fácil empilhar corpos e conseqüentemente vencer essas batalhas.

Os gráficos são bons, bem detalhado,só não consegue impactar como antigamente. O destaque é a diversidade de cenários e a excelente reprodução das suas respectivas características naturais (clima, vegetação e animais selvagens) e das épocas históricas em que se situam.

As músicas do jogo são muito boas e combinam, na maior parte do tempo, com cada situação vivida na jogabilidade, seja durante uma perseguição frenética a um inimigo, nas emocionantes batalhas navais ou na livre experiência de exploração em mundo aberto. Os efeitos de som acompanham muito bem esses momentos e são potencializados com a ótima dublagem em português brasileiro que, mesmo com alguns poucos trechos estranhos, garantem a imersão no game.

Na prática, “Rogue” é quase que um longo DLC de “Assassin’s Creed IV”, com pitadas esparsas de novidades, mas que ainda sim diverte bastante, e que pode agradar não só aos fervorosos fãs da série, mas a todos os fãs de videogames. Assumir o controle de um Templário também não convence,devido as forcadas que o enredo traz,se a Ubisoft focasse mais neste jogo e não só no Unity tenho certeza que seria um excelente game para a franquia.

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