O filme – que teve o lançamento adiado por anos –, Amityville: O Despertar, não é um remake ou reboot do original de 1979, mas sim um longa que se passa na época atual e conta a história de uma família que se muda para a mesma casa onde aconteceu, 43 anos atrás, o caso real do assassinato da família Defeo pelas mãos do filho mais velho da família.
O próprio caso e a história das famílias que moraram na casa durante esse anos deram origem a alcunnha de “casa mal-assombrada” para a residência em Amityville. E é um elemento usado no filme. A história não é inspirada na tragédia, ela é desenvolvia com a mudança de uma família para essa casa, 40 anos depois dos assassinatos (se o lançamento do filme houvesse ocorrido na época certa, seria no ano que a tragédia completaria os 40 anos).
A mãe, Joan (Jennifer Jason Leigh), os gêmeos mais velhos Belle (Bella Thorne) e James (Cameron Monaghan), e a filha mais nova Juliet (Mckenna Grace), vão morar em Amityville para que James tenha um melhor tratamento. Ele, depois de um incidente envolvendo Belle, se encontra em estado vegetativo. Então coisas estranhas começam a acontecer na casa e James começa a melhorar de forma quase milagrosa.
O roteiro do filme se desenvolve de forma interessante, ainda que siga muitos dos clichês dos longas de terror: uma casa mal-assombrada; a filha mais velha revoltada; a filha mais nova fofinha; a mãe meio surtada e o cachorro que avisa do mal iminente e ninguém presta atenção. O filme segue a forma bem típica do estilo, com aqueles sustos que te fazem xingar baixinho e dar uns pulinhos na poltrona do cinema.
O roteiro também conta com alguns detalhes – uns quase plot twist –, que o difere de outros filmes de terror. Um bom exemplo é o motivo que fez a mãe querer se mudar para aquela casa. Você fica apenas: “Meu deus, foi por isso? Estou chocada”. A escolha do elenco também adiciona pontos positivos. Porém, o filme vai nadando e nadando e… Não chega a morrer na praia, mas fica lá, no raso, boiando com câimbras fortes demais nas duas pernas para conseguir levantar.
O filme termina de forma muito… Suave. Não temos um susto final. Uma virada final. Um plot twist real que fecharia o filme com uma chave de prata ao menos. Ou de bronze. Ele termina muito moroso, ainda que com cenas tensas e interessantes de assistir. No entanto, quando falamos de filme de terror, não queremos um final apenas interessante, e sim um que nos assombre pelos menos um pouquinho antes de dormir.
Não sabemos se o plano original de roteiro era esse, mas podemos facilmente culpar os vários adiamentos para o lançamento do filme pelo final bem mais ou menos que ele teve. É fácil imaginar o quanto de confusão não deve ter rolado. Não apenas no roteiro, mas também nos gasto durante esses quatro anos de produção.
O fruto disso tem um final apressado que tenta ligar os pontos soltos (estou ainda muito inconformada com o despropósito daquele médico e sua moscas, ainda que eles tenham tentado dar um jeito meia-boca). Quando a sessão termina você fica com uma gigantesca sensação que o filme é “sim, é ok”, mas que poderia ser mais e que, definitivamente, ficou faltando alguma coisa ali.
O caso real:
Em 1965, a família Defoe compra uma bela e grande casa na Avenida Ocean, de número 112. O Sr. e Sra Defoe e seus cinco filhos. Como quase toda família, os Defoe brigavam. Principalmente o pai, Ronald e o filho mais velho, Ronald “Butch” Jr. No entanto a família tentava viver uma vida feliz.
Porém, no dia 13 de novembro de 1974, o filho problemático, por um motivo desconhecido, resolveu matar todos os membros de sua família. Com uma carabina, ele foi até o quarto dos pais e os matou, depois foi no quarto de cada um dos quatro irmãos e fez o mesmo.
A polícia logo prendeu Ronald “Butch” Jr, que no início dizia que os pais tinham envolvimento com a máfia. Para a polícia ele disse: “Começou tudo muito rápido. Assim que comecei, não consegui parar. Foi tudo muito rápido”. Ele foi julgado e condenado a mais de 100 anos de prisão, e atualmente está na prisão Green Haven em Nova York (com 65 anos).
Detalhes intrigantes do caso:
- Todos foram mortos enquanto dormiam e por algum motivo estranho ninguém acordou com os disparos.
- Todos foram colocados de bruços antes de serem atingidos.
- Nenhum vizinho escutou o barulho dos tiros da carabina, uma arma barulhenta.