Ambulância: Um Dia de Crime | Uma vez Michael Bay, sempre Michael Bay

Danilo de Oliveira
4 Min de Leitura
Universal Pictures/Divulgação

Michael Bay é um diretor ame ou odeie. Realizador de obras como a franquia Transformes, Bad Boys e A Rocha, o cineasta se especializou em obras recheadas de cenas de ação e explosões para todos os lados. Se por um lado em uma Hollywood tão burocrática por parte dos grandes estúdios, a identidade autoral de Bay tem sua importância, por outro, suas obras sempre são vistas como caóticas e com um mínimo de fio narrativo pelos críticos. Ambulância: Um Dia de Crime é um mais exemplo do seu cinema.

A trama do filme que é um remake do filme dinamarquês Ambulancen, apresenta a complicada relação dos irmãos adotivos Will (Yahya Abdul-Mateen II) e Danny (Jake Gyllenhaal). Quando Will, um veterano militar passando por necessidades financeiras, precisa obter dinheiro para ajudar sua família, Danny o faz participar de um roubo a banco ousado. Quando o plano começa a dar errado, a dupla é forçada a sequestrar uma ambulância, com um policial baleado (Jackson White) e uma socorrista esforçada (Eiza González), dando início a uma perseguição policial aterradora.

Universal Pictures/Divulgação

O roteiro do estreante Chris Fedak pega a premissa dos filmes de perseguições a lá Velocidade Máxima e elementos dos longas de Michael Mann (um bom exemplo é Fogo contra Fogo) e com o frenesi de Bay na direção consegue criar situações plausíveis para criar tensão.

O grande problema do roteiro está na desnecessária inserção de inúmeras subtrama para ampliar seu escopo simples. Os tantos arcos e personagens que aparecem a história acaba desviando o foco da narrativa principal. Some isso aos péssimos diálogos e o que poderia ser um trilller de suspense frenético, acaba sendo um filme de ação caótico e inflado. As vezes Bay menos é mais e você já deveria saber de outras obras suas!

Felizmente o núcleo principal é o grande atrativo de Ambulância. A dinâmica entre Yahya Abdul Mateen II e Jake Gyllenhaal é bem sólida, com Gyllenhaal se divertindo ao fazer o tipo mais extrapolado e lunático – sendo bem balanceado com o jeito mais sóbrio e calmo de Mateen. Eiza Gonzalez tem o arco mais forte de todo o filme, e aproveita bem as possibilidades de sua situação desesperadora que sua personagem tem que passar.

Universal Pictures/Divulgação

No quesito técnico sem duvida o diretor pode ter seus exageros visuais e tal mas dizer que não sabe fazer cenas de ação incríveis eu estaria mentindo. Bay não desaponta, toda a jornada de tensão na ambulância é excepcional. O diretor usa tudo o que tem a disposição: tomadas áreas vertiginosa com drones, muito efeito pratico e uma coordenação de equipe de dubles que é de aplaudir. Ainda tem seus manerismos como uso da shaky cam (câmera tremida), uso de câmeras em close (quase que constante nas reações dos atores) e seus picotes de edição, mas mesmo assim tenho que tirar o chapéu e sei que os fãs de ação irão curtir na ponta da cadeira esses momentos do filme.

Pra finalizar Ambulância: Um Dia de Crime é Michael Bay sendo Michael Bay. Frenético do inicio ao fim, o diretor mantem seu estilo autoral explosivo, mas que por causa do seu roteiro inflado e até desnecessário em muitos momentos não o coloca em um status melhor. Ao menos ainda sim ele genuinamente diverte por algumas sacadas e vai entreter os aficionados pela ação em geral.

 

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