Ainbo: A Guerreira da Amazônia | Animação traz boas mensagens para a criançada, ainda que se mantenha na zona de conforto

Danilo de Oliveira
4 Min de Leitura
Paris Filmes/Reprodução

Hoje em dia é super fácil encontrar inúmeras animações em CGi nos cinemas sem ser necessariamente da Disney ou Dreamworks. Inúmeros estúdios foram criados nos últimos anos e entre altos e baixos as obras em 3D são uma presença cada vez maior e popular.

Surfando nessa onda e pegando da cultura da América do Sul, a produção peruana-holandesa-americana Ainbo: A Guerreira da Amazônia, que chega aos cinemas nacionais nesta quinta dia 30, nos traz uma heroína nos moldes Moana e Raya da Disney em uma aventura cheia de boas mensagens para a criançada, mas que explora pouco e joga na zona de conforto com seu material fonte.

A trama acompanha uma destemida jovem indígena chamada Ainbo, que vive dentro das profundezas da selva amazônica com sua tribo. Um dia ela descobre que sua terra natal está sendo ameaçada e percebe que há outros humanos além de seu povo no mundo. Usando a ajuda de seus guias espirituais, o tatu Dillo e a anta Vaca, ela embarca em uma jornada para buscar a ajuda do mais poderoso Espírito Materno da Amazônia, a tartaruga gigante Motelo Mama.

Paris Filmes/Reprodução

O roteiro bebe bastante influência das já ditas animações Moana e Raya, além de O Rei Leão da Disney, mas de forma mais simplória e jogando bastante na zona de conforto dos clichês característicos desse tipo de animação. Dentro das lendas e crenças clássicas dos povos locais, o enredo até consegue desenvolver uma aventura divertida, colorida e repleta de personagens que possuem coração, mas não como eu disse não tem a ousadia e não falo nem qualidade técnica, até porque comparar seria errado, mas o conforto do roteiro aqui decepciona um pouco. Vai agradar a gurizada? Certamente, mas, não mais que isso.

Ainda assim Ainbo, tem uma boa progressão na jornada de sua protagonista que pelo percurso tem sua trajetória de auto descoberta e lições bem apresentadas. Sutilmente, o longa passa uma mensagem de preservação com o vilão Yakuruna, personificando a ganância do homem branco, que desmata e busca apenas as riquezas que a região da aldeia pode proporcionar. Em alguns momentos esses detalhes se constata com a nossa atualidade.

Paris Filmes/Reprodução

A parte técnica tem alguns altos e baixos. Apesar de não ser de um estúdio de grande excelência  a animação tem boa fluidez nos movimentos e mostra que mesmo um orçamento modesto pode se fazer coisas bem feitas. As feições dos personagens e o visual da floreta e seus rios também são bem feitos. Há alguns defeitos em momentos na parte gráfica, mas nada que realmente atrapalhe a experiência fílmica.

Ainbo: A Guerreira da Amazônia tem boas mensagens de conscientização do meio ambiente, mas que apesar de seu roteiro trazer o mais do mesmo e jogar no seguro o que chega a desperdiçar sua potencial premissa, ainda será um bom programa para as crianças nesse inicio do mês delas.

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