A Queda | Acrofobia, adrenalina e tensão em bom suspense

Danilo de Oliveira
5 Min de Leitura
Paris Filmes/Reprodução

Tramas de sobrevivência não são uma novidade no cinema. Produções como 127 Horas, Medo Profundo, Águas Rasas entre outros são alguns exemplos desse gênero que privilegia a tensão para sua plateia.

O novo integrante a chegar às telas é A Queda, suspense dirigido pelo britânico Scott Mann (O Sequestro do Ônibus 657) com um orçamento bem modesto (pouco menos de US$ 3 milhões) mas que consegue entreter na maior parte do seu momento com tensão e inventividade de seus realizadores trazendo em sua história duas garotas presas em uma antena desativada a 600 metros de altura.

Na história, acompanhamos Becky (Grace Caroline Currey) uma entusiasta de escaladas atormentada por uma tragédia ocorrida 12 meses antes. À beira da depressão, Becky está se afastando cada vez mais do pai (Jeffrey Dean Morgan), e seu único contato parece ser a amiga Hunter (Virginia Gardner), uma alpinista experiente, sempre em busca de situações perigosas para saciar seu vício em adrenalina e garantir alguns likes nas redes sociais.

Paris Filmes/Reprodução

Tentando ajudar a amiga a confrontar e vencer seus medos, Hunter convence Becky a acompanhá-la em uma escalada ao topo da B67, uma torre de TV castigada pelo tempo, abandonada na paisagem desolada do deserto de Mojave. A aventura toma um rumo assustador quando as duas ficam presas em uma pequena plataforma no topo da torre, sem sinal de celular, e com um par de abutres sobrevoando a área com olhares mal-intencionados.

A Queda foi adquirido pela Lionsgate, que empolgada com o bom resultado das exibições de teste, decidiu lançá-lo nos cinemas. Para torná-lo um filme PG-13, a linguagem pesada do corte original foi modificada através de um sistema de tecnologia de dublagem de inteligência artificial (um DeepFake), que altera os movimentos da boca.

O roteiro escrito por Mann juntamente com Jonathan Frank (Golpe Final) se utiliza de vários artifícios clichês de filmes desse segmento, mas por incrível que pareça a premissa simples consegue ser bem desenvolvida por maior parte da sua projeção. Hábil em sua direção e com os recursos que tem o diretor cria momentos bem tensos com a mescla da fotografia e truques de tela verde. Se você sofre de acrofobia, a produção difícil de acompanhar.

Paris Filmes/Reprodução

Porém nem tudo são flores! O texto dramático carece de melhor desenvolvimento e as atrizes tentam o que podem não conseguem extrair, apesar de mandarem bem nos momentos de ação e tensão. Além disso tem o fato da suspensão de descrença que deve ser levada em consideração em obras do gênero, mas que alguns momentos são exagerados demais, principalmente na parte final. É o velho 8 ou 80!

Outro ponto que merece ser destacado é o trabalho de efeito sonoro, pois eles ajudam bastante na imersão do espectador e todos os ruídos contribuem para aumentar a tensão desse suspense.

Paris Filmes/Reprodução

Pra efeito de curiosidade, o longa foi filmado em uma torre de 30 metros, no topo de uma montanha de 600 no deserto. A construção metálica indutora de vertigem é baseada na KXTV/KOVR, uma torre de rádio real em Walnut Grove, Califórnia. Segundo o diretor, ao longo dos anos, muitas pessoas invadiram ilegalmente a propriedade para escalá-la e saltar de paraquedas. A produção mesclou em sua edição cenas gravadas na torre real (de 30 metros) com cenas feitas com tela verde e o resultado é satisfatório, não prejudicando a experiência.

Apesar de alguns exageros, A Queda consegue ser um suspense eficaz em sua proposta simples. Quem tem medo de altura já aviso que terá fortes emoções!

 

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