A Pequena Sereia | Halle Bailey brilha em um dos melhores live-action da Disney

Danilo de Oliveira
10 Min de Leitura

A nova onda da Disney em trazer seus grandes clássicos animado para remakes live-action segue firme. Mesmo com boa parte das suas adaptações não sendo bem certeira ( mesmo com boas bilheterias) como o caso de O Rei Leão e Alice no País da Maravilha, que trouxeram estilos visuais e roteiros mal estruturados, há bons acertos como Mogli, Cinderella, Alladin ( esse último joga no seguro,mas tem carisma de seu elenco) que trazem além de adaptar com fidelidade, boas inovações para sua versão em carne e osso. Até às reimaginações como Malévola e Cruella tem seus altos e baixos ( Cruella acerta mais do que erra) e mostram como o estúdio está decidido a seguir em frente com esse formato de remake.

A nova aposta é A Pequena Sereia, clássico animado de 1989 que adapta o conto de fadas escrita por Hans Christian Andersen que se permeiou em nosso imaginário como a versão absoluta da história era aguardada com ansiedade e receio por grande parte do público. As polêmicas sem fundamentos sobre a escolha da atriz Halle Bailey para o papel principal geraram um burburinho sem razão na internet, com uma série de haters em cima do material de divulgação do longa por não “atender” uma parte do público que não aceitava uma troca de etnia por parte de um personagem fictício que também foi adaptado na versão animada da própria empresa no final dos 80.

Mas a pergunta é: O live-action de A Pequena Sereia acerta? A resposta que eu digo é COM CERTEZA!!! Se você é amante da versão animada, a história está lá em seus mínimos detalhes, e visual super colorido, além de expandir alguns pontos dela, pra o público que não assistiu, é uma ótima oportunidade de conferir uma bela história repaginada e se apaixonar por esses personagens maravilhosos e carismáticos.

Disney/Reprodução

A trama é centrada em Ariel, uma jovem sereia que vive ao lado de suas outras seis irmãs sob o comando do poderoso Tritão (Javier Bardem), rei dos sete mares. Apesar de terem sido ensinadas a temer e a odiar os humanos, Ariel, tem o sonho de explorar o mundo para além do próprio lar, coletando objetos estranhos e escondendo-os em uma estrutura cavernal, longe dos olhos do pai. E, à medida que a curiosidade acerca do que existe lá em cima aumenta, ela cruza caminho com Eric (Jonah Hauer-King), herdeiro do trono e que, assim como a protagonista titular, se sente deslocado no palácio em que vive. É claro que a ideia de Ariel se misturar com aqueles que trouxeram tanta catástrofe à sua espécie enfurece Tritão – que destrói toda a coleção preciosa da filha e a leva a confiar na perigosa bruxa Úrsula (Melissa McCarthy).

Desesperada para ser compreendida e, talvez, encontrar seu lugar junto àqueles que a entendem, ela fecha um acordo drástico: abrindo mão de sua mística e apaixonante voz, Ariel teria a chance de ganhar pernas humanas e subir à superfície; todavia, para permanecer daquele jeito para sempre, ela deveria, num prazo de três dias, dar um beijo de amor verdadeiro em Eric. E, conhecendo a clássica antagonista da animação, é claro que as coisas não seriam tão fáceis assim. Úrsula, guiada por um desejo sombrio de vingança contra o irmão, Tritão, faz o possível para impedir que o beijo aconteça e garantir que Ariel seja sua prisioneira para toda a eternidade.

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A primeira coisa que temos que dizer sobre a versão 2023 de A Pequena Sereia é: uma nova versão de uma velha história. Não digo isso por essa se apoiar a maior parte em trazer a trama da animação de 89 e expandir- lá em alguns pontos, meio que corrigindo e preenchendo as lacunas delas, mas porque estamos diante de uma história já adaptada inúmeras vezes de várias formas pra um grande número de mídias.

Ainda sim os detalhes do que a obra sempre se propôs parecem mais evidentes aqui na adaptação de Rob Marshall ( conhecido por obras como Chicago, e algumas esquecíveis como Caminhos da Floresta) do que em outras versões (como a tão falada animação de 89) de “uma garota que desiste de tudo por um cara que ela acabou de conhecer”. As nuances de que Ariel sempre se mostrou mais fascinada pelo desconhecido, sendo motivada pelo interesse em desbravar o mundo e, quem sabe, finalmente sentir que pertence a algum lugar, do que por qualquer outra coisa é mais nítida, até pela canção “Part of The World” e pela atuação maravilhosa da fofa Halle Bailey. O interesse romântico por Eric talvez tenha, sido provocado pelo estopim para que a fascinação da sereia pelo “proibido”, ou pelo outro lado, tenha desabrochado. Por mais que muitos possam torcer o nariz para isso que eu los trouxe, ou que a nova versão tenha um forte texto feminista, desculpa mas isso já está na obra de Andersen desde de 1877.

Disney/Reprodução

Com 40 minutos a mais, o remake preenche esse tempo com novas canções e explora a ambientação para além do oceano e do castelo. Fica evidente aqui Marshall compreende que sua obra vêm de algo memorável e explora ela sem mexer muito em seu escopo, mas sabendo juntamente com o roteiro e seus compositores a preencher esse espaços de forma ágil e carismáticas que funcionam e melhoram ainda mais a nova versão, sem parecer algo pra encher barriga.

Tudo isso, auxiliado pelo o elenco não seria possível né? A principal com certeza é Halle Bailey, que desde o primeiro frame, nos mostra porque é a Ariel perfeita! A jovem atriz tem carisma e voz tanto para executar as canções memoráveis como seu jeitinho meigo e olhar cativante, reflete a personagem em sua curiosidade pela coisas da superfície. Bailey é suprema em cena! Sua química com o ator Jonah Hauer-King é ótima e cada momento dos dois em cena é gostosa e divertida de se ver. Quem também se mostra a vontade é Melissa Mccarthy, muito conhecida por produções de comédia, a atriz confere esse estilo caricato de forma perfeita a sua Ursula.

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Outro que supreende é Daveed Diggs como Sebastião. O ator arrasa nas performance musicais e seu trabalho de voz traz uma vivacidade incrível ao seu personagem, mesmo que no início causar um vale da estranheza pelo visual um pouco mais realista. Ele acaba funcionando melhor até que o Linguado do Jacob Trembalay,que está bem mais nada fora da curva. Aliás tenho que destacar a nova música do longa ” The Scuttlebutt”  um rap interpretado por Diggs e Awkwafina que acaba sendo ótima. Além dela outra das novas músicas destaco “Kiss The Girl” com uma pegada bem caribenha ( cortesia do compositor Lin Manuel Miranda).

Disney/Reprodução

Aliás por falar em visual, se você viu as cores escuras e desaturadas dos trailers, aqui isso não surge, porque o mar é colorido como na animação e as coreografias animadas de “Under the Sea” são fascinantes! Os efeitos estão primorosos! O visual da Ariel, toda sua movimentação no mar é ótima! Em alguns momentos o CGi pode destoar mas isso não chega a ser um problema, pois no geral é muito bem feito.

Pra finalizar, A Pequena Sereia é uma carta de amor a animação dos anos 80 ao mesmo tempo que a expande para um novo público com exito ao se beneficiar muito da encantadora performance de Halle Bailey.  Com certeza, um dos melhores live-action do estúdio.

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