Elogiado romance canadense vencedor do Cesar de Melhor Filme estrangeiro, A Natureza do Amor chega essa quinta-feira (25) nos cinemas nacionais.
Exibido no ano passado no Festival do Rio, o longa escrito e dirigido por Monia Chokri, traz uma profunda e complexa discussão sobre o amor.
Na trama Sophia (Magalie Lépine Blondeau) é uma professora de filosofia em Montreal, que vive com seu companheiro Xavier (Francis-William Rhéaume) há 10 anos. Filha de uma rica família, sempre esteve em contato com uma boa formação e contatos privilegiados, que aproveita desde pequena. Sua vida inesperadamente vira de ponta-cabeça quando Sylvain (Pierre-Yves Cardinal), um carpinteiro, é contratado para reformar sua casa de campo, e os dois vivenciam um amor à primeira vista. Decidida a viver intensamente esse romance, ela coloca um sólido questionamento de seus próprios valores e aspirações e se pergunta sobre a relação entre duas pessoas com realidades e criações tão distintas: embora os opostos se atraiam, o romance deles pode durar?
O roteiro escrito pela diretora, inicialmente parece uma comédia romântica com fortes toques da sensualidade francesa. Temos a protagonista, uma pessoa que aparentemente é a recatada e do lar que apesar de seu relacionamento com uma pessoa culta e intelectual, não aspira de uma vida sexual ativa e ao conhecer viril e atraente carpinteiro acaba descobrindo a paixão e os desejos mais reprimidos de sua sexualidade e sua vida vira de cabeça pra baixo. Fazendo uma analise dos personagens para o Brasil, seria o perfeito exemplo a novela global O Cravo e a Rosa.
Contudo, apesar de inicio parecer uma comédia como eu disse acima, sua segunda metade quase que parece um outro filme, já que essa discussão sobre o amor é colocada em profusão na trama. A realizadora não está determinada a fazer algo romântico que gruda igual a muitas farofas da Netflix e vai a fundo nessa discussão usando sua protagonista.
Parafraseando filósofos famosos como Platão, e Schopenhauer para explorar as complexidade do amor e sua ligação com o desejo, ao mesmo engrandece sua obra como ao mesmo tempo a complica para alguns, por essas questões só fazerem mais sentido para analise e questionamentos do que efeitos para a trama.
Outras questões abordadas são mais trazidas pelos coadjuvantes como o debate sobre a humanidade e ideologias politicas são mais feitas para gerar discussões entre os personagens que ser o cerne do filme.
O elenco é bem carismático, além de boa química em cena. Magalie Lépine Blondeau e Pierre-Yves Cardinal são os destaques. Os dois funcionam como um casal apaixonado mas que vêm de extremos bem diferentes socialmente.
Pra finalizar, A Natureza do Amor, podemos até dizer que é o que a franquia Cinquenta Tons de Cinza queria passar em alguns pontos(principalmente em sua sensualidade) mas nem arranhou. É um longa que discute o relacionamento e o amor de forma profunda e mostra isso é algo complexo e sem um denominador absoluto pra se definir perfeito.