A Casa do Medo: Incidente em Ghostland traz a assinatura do seu realizador ao brincar com psique humana

Danilo de Oliveira
3 Min de Leitura

O cinema de horror francês a cada dia que passa nos mostra como Hollywood não tem culhões em ousar e explorar temas tabus, além de não poupar o espectador de cenas impactantes. A Casa do Medo: Incidente em Ghostland é mais uma prova de como os franceses estão muito acima nesse quesito em relação aos americanos.

Há 10 anos atras o cineasta  Pascal Laugier chocou o mundo com Martyrs,considerado um dos filmes mais brutais dos últimos tempos, dividiu opiniões e chamou atenção do seu realizador. Quatros anos mais tarde Hollywood trouxe o diretor pra debutar na America, mas visto as questões mercadológicas que precisou se enquadrar seu longa O Homem das Sombras, foi um completo fracasso. De volta a França eis que seis anos depois Laugier nos traz seu novo projeto que mais uma vez dividirá opiniões, mas que com certeza traz a assinatura impactante do mesmo.

Na trama, uma mãe e suas duas crianças herda uma casa de sua tia e na primeira noite, é atacada por invasores violentos, tendo que ela lutar pela vida das filhas. 16 anos depois, as garotas, já crescidas e afastadas, retornam ao lugar e se deparam com estranhos acontecimentos…

Embora a trama soa um grande clichê(família se muda pra uma casa e são atacadas por maniacos) o maior mérito aqui é a assinatura do seu diretor que não é de poupar o espectador, e de fato Ghostland assim como Martyrs é um terror psicológico que brinca com psique humana. Laugier é um mestre na manipulação e toda atenção a trama deve ser levada em consideração, já que muitas pistas são fornecidas durante o decorrer da historia, que apesar da convencionalidade oferece reviravoltas assustadoras.

O diretor acerta até na forma como usa os famigerados jumpscares, já que ele não insere  gratuitamente esses momentos e tem um proposito durante a narrativa(o roteiro também é de sua assinatura). O nível de brutalidade de algumas cenas vai incomodar as pessoas que não estão familiarizadas com esse estilo de cinema, mas isso é fichinha perto de Marthrys e outros trabalhos feitos nesse pais. A unica ressalva que tenho que fazer é que diante dessa diminuição do gore, de sugerir mais e mostrar menos do diretor pra tornar o filme mais palpável pro grande publico acaba deixando a produção um pouco mais tradicional, o que pode fazer quem vá com expectativas altas se decepcionar um pouco.

Embora não seja tão transgressor e extremo como Martyrs, A Casa do Medo: Incidente em Ghostland tem uma trama que apesar de convencional, é inteligente, trazendo um clima macabro e desesperador que irá agradar aos fãs do ousado cinema francês e também aos amantes do terror um tanto mais brutal que esses que Hollywood nem arranha.

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