A 20th Century Fox nos apresenta um drama verídico para competir com seus próprios êxitos que venceram o tempo. “Os 33” é baseado no desmoronamento ocorrido no Chile em 2010. Uma homenagem à altura do drama enfrentado pelos 33 mineradores que permaneceram 70 dias presos abaixo da terra.
Seu início é repleto de contrastes: vemos beleza e sofrimento com uma linha muito tênue. É um longa real, se houver algum personagem totalmente fictício, é possível que seja uma minoria ínfima. Até a contagem dos dias e frases que surgem no decorrer da trama são vistas com um grande temor, como se fossem uma sentença de um final trágico.
Antonio Bandeiras faz aqui o impulsivo Mário, tão dramatizado que haverá momentos em que você poderá odiá-lo por suas atitudes. Já Rodrigo Santoro faz um personagem justo e pouco excêntrico, mas não deixa de ser um grande papel para um grande ator. Os demais interpretam de maneira muito emocional, o que justifica a confecção desse filme, mas forçam em alguns momentos.
James Horner fez outra magnífica trilha sonora para um filme de drama. Responsável por “Titanic” e renomado compositor, misturou em seus arranjos elementos da música celta, enriquecendo mais as cenas que não possuem ação. Haverão algumas que são geniais para quebrar o drama, pois são inusitadas e fazem rir. Trata-se de uma obra otimista, com efeitos medianos e momentos de loucura, que farão quem vê beber dessa mesma água (ou comida).
A diretora Patricia Riggen eleva seu padrão de diretora desde seu filme de estréia, “Sob a Mesma Lua”, fazendo deste um documentário com reportagens reais e cenas que combinam com o relatado por quem sentiu na pele e de quem esteve próximo o bastante para se sentir como um de 33.