Após o grande sucesso dos curtas “Little Witch Academia” de 2013 e 2015, ambos disponíveis na Netflix, a criação de Yoh Yoshinari implorava por mais conteúdo. Tanto capricho de seu parceiro no roteiro, Masahiko Otsuka, criou o anime de 2017, onde agora em 13 episódios será fácil conhecer mais dos personagens que antes encontrávamos uma vez ou outra. Também disponível na Netflix, as cativantes bruxinhas da Academia Mágica de Luna Nova.
A história do anime ignora a existência dos curtas, de modo que reapresenta os personagens já conhecidos pelo público. Em Luna Nova existe uma escola de magia onde criaram a nova classe de feiticeiras (todas mulheres) por gerações, sendo que muitas se mostram como verdadeiras popstars e não como concebemos a ideia de “bruxa velha”. Akko Kagari é uma comum, ou seja, uma garota normal que recebeu um convite para ingressar nessa escola (o mesmo que “Trouxa” em Harry Potter), já que seu sonho é ser tão querida quanto a Shiny Chariot, bruxa de muita fama no mundo mágico.
Ainda que seja alvo de preconceito por ser diferente das bruxas, Akko fará amigas como Lotte Yanson e Sucy Manbavaran, mostrando que precisa delas para se manter nessa escola, pois um de seus maiores defeitos é ser atrapalhada demais. Lotte é a mais nerd do grupo e um pouco medrosa, até mesmo para uma bruxa legítima. Já Sucy é bem sossegada e sem vontade alguma de ser gentil ela se aproximará das demais garotas. Como não pode faltar uma rivalidade, Diana Cavendish é a bruxa talentosa e pouco humilde que exige demais dos outros e de si mesma. A professora Ursula é quem representará o trio, sendo muito gentil e um tanto misteriosa.
Diante de várias situações bastante divertidas, será possível conhecer mais das personagens e suas singularidades. Com muitos feitiços como o de transmutação, e até mesmo de trazer os mortos de volta a vida, as jovens aprenderão que nem todo feitiço existe para ser usado em qualquer situação rotineira. Com ideias próximas ao que conhecemos com a série “Harry Potter”, não será difícil entender cada ideia apresentada no anime. A ideia é apresentar o lado oculto, em que é difícil ser uma bruxa famosa, principalmente quando seu nome não está associado a grandes feiticeiros. Além do mais, a ideia de uma comum como protagonista nos deu uma visão ainda melhor da dificuldade enfrentada.
O que os fãs podem ter se decepcionado foi o fato da história se tornar um pouco repetitiva, pois somente do meio por fim os episódios parecem ter uma ligação com algo maior. Com festivais e muitas aulas práticas entenderemos que nem tudo se aprende dentro de uma sala. Outra coisa encantadora é a presença de cartas mágicas, que podem parecer com a ideia de “Sakura Card Captors”, mas por sorte não são retratadas da mesma forma, já que aqui servem como mera coleção de macetes para as jovens aprendizes. Dando mais ideia de mundo bruxo, as meninas vão para a escola de vassoura, então… se você não sabe voar ou não tem uma vassoura, sinto muito.
O anime também inicia uma luta pela diversidade ao colocar episódios em que casais gays são vistos sem preconceito, e para os que já conhecem casais com idades diferentes, outro motivo para celebrar, ainda que o romance não seja o ponto crítico da trama. O ensino da academia é de 3 anos, o que nos dá a entender uma continuação com mais algumas temporadas. As criaturas mágicas não serão esquecidas, e teremos um pouco de animais já conhecidos como o minotauro, e outros fruto do folclore japonês, assim como alguns que inventaram para dar mais originalidade. Temos que admitir, foi uma ótima ideia!
Finalmente é visto nos últimos episódios um amadurecimento de uma trama promissora que ainda pode fazer mais sucesso que o recente anime “Flying Witch”(2016) e outros do gênero shoujo. Se existem garotas mágicas em uma franquia, é difícil não se cativar e torcer por mais histórias em suas jornadas. Poucas são como essa que faz do ambiente escolar seu desenvolvimento, e que lugar mais legal para crescer do que numa escola de magia.