Tom de zoeira é o grande trunfo de Baywatch: S.O.S Malibu

Danilo de Oliveira
4 Min de Leitura

Assim como as adaptações de super heróis,de livros, séries de TV nostálgicas que marcaram gerações também tem sua parcela na Hollywood não só de hoje, mas de algum tempo.

Nessa lista inclui Perdidos no Espaço (1998), As Panteras (2000), Missão: Impossível (1996), O Cavaleiro Solitário (2013), Esquadrão Classe A (2010), Anjos da Lei (2012) e o recente O Agente da UNCLE (2015), isso só para citar alguns. Pois bem que agora Baywatch, ou “SOS Malibu” – como ficou imortalizada para os brasileiros, se junta à essa extensa lista de produções televisivas transformadas em obras cinematográficas.

A trama gira em torno de um grupo de salva-vidas liderado por Mitch (Dwayne Johnson), que, após receber três novos membros, incluindo o nadador olímpico que caíra em desgraça, Matt Brody (Zac Efron), começa a investigar um esquema de tráfico de drogas que acontece ali na praia. Pouco esperavam, contudo, que tudo isso fazia parte de um plano maior, envolvendo políticos e outras pessoas de importância, o que acaba colocando em xeque a carreira de Mitch, que, ainda assim, não hesita em descobrir uma forma de expor toda a operação, levando os responsáveis à justiça.

Entendendo que a ideia de salva-vidas serem investigadores, aspecto que transformou a série em cult(claro que mais também pelas lindas garotas em trajes colados correndo em câmera lenta )seja completamente sem lógica, o roteiro de Damian Shannon e Mark Swift não esconde esses absurdos da trama, e até os perverte, transformando-os em piadas. Porém em alguns momentos por tentar levar a brincadeira a sério demais o filme acaba se tornando um simples filmes de ação com conceitos ridículos.

Mesmo tornando-se perigosamente genérico, o filme consegue se distanciar da grande maioria das obras de ação da atualidade por não oferecer sequências exageradamente longas. A obra consegue captar bem a atmosfera de séries policiais dos anos 80 nesse sentido – não chega a ser nada magnífico, mas, ao menos, nos distancia de infindáveis trechos com mil e um cortes, todos parecidos entre si. Ainda que exagere na dose em certas ocasiões, o longa nunca chega ao ponto de nos fazer querer sair da sala, como ocorre em tantos filmes por aí.

Baywatch, contudo, tem dois grandes trunfos a seu favor: Dwayne Johnson e Zac Efron. É inegável que o ex-The Rock é um ator limitado, assim como muitos astros de filmes de ação que vemos por aí, mas ele conta com algo bastante raro de se ver: um carisma praticamente infinito. Johnson consegue fazer qualquer sequência da obra, qualquer piadinha funcionar. É como um apresentador cativando a audiência e mesmo situações para lá de cliché acabam tornando-se orgânicas à trama em razão dele. Efron, por sua vez, interpreta o típico rapaz cheio de si que passa por uma jornada de redenção. Nada muito chamativo, mas sua química com o personagem de The Rock é inegável, proporcionando-nos ótimos momentos, muitos dos quais fazem referência ao seu passado de High School Musical.

Baywatch: S.O.S Malibu está longe de ser uma obra-prima, ou até mesmo o revival perfeito da série original. Embora quase caia na seriedade excessiva em determinados pontos, o longa de Seth Gordon é uma aventura descompromissada, que, naturalmente, pede ao espectador que deixe seu cérebro fora da sala de cinema, para que, enfim, aproveite essa comédia que nunca se propôs a ser algo inesquecível, apenas divertido.

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