‘O Jardim das Palavras’ é uma animação fantástica e com duração de curta

João Fagundes
3 Min de Leitura

A animação japonesa de 2013 é uma mistura dos gêneros romance e drama, algo que estamos acostumados em doramas (novelas) e mangás, mas pouco direcionado aos animes, ainda mais em um filme de curta duração como esse. Seu sucesso foi tão grande que o filme de Makoto Shinkai ganhou posteriormente uma adaptação em mangá lançado aqui no Brasil pela NewPop Editora. Como é possível encontrar nos dias chuvosos e frios, uma companhia digna de despertar nosso coração entorpecido de tristeza?

Takao Akizuki é um estudante colegial que desenha muito bem, usando seu talento para traçar o seu sonho: ser um sapateiro. Sendo um tanto desligado com o colégio, ele resolve aproveitar uma manhã chuvosa num jardim deslumbrante próximo de seu trajeto. Debaixo de um alpendre, enquanto desenha novos modelos de sapatos, Takao encontrará sua nova inspiração. Yukari Yukino é uma mulher madura, porém, bastante compenetrada. Não se sabe muito sobre ela, mas sempre está esperando a chuva passar ao lado dos lanches que compra no mercado, completamente sozinha. Isso até ter que dividir o pequeno alpendre com Takao.

A história é bastante sensível, ainda mais com o decorrer dos 45 minutos, pois entenderemos o que motiva nossos personagens a encontrar no mesmo local uma paz que parece ser uma busca constante e global. Sem ser cansativa, a trama cativa até mesmo com sua animação, que ficou por conta do dedicado estúdio CoMix Wave. Em alguns momentos é possível até confundir as cenas de introdução, tendo a impressão que são reais. Seu único ponto de dissonância está no fato de não dar uma conclusão mais concreta, ficando no ar milhares de possibilidades, o que desperta a curiosidade dos espectadores que buscam a certeza de que viram o início, meio e fim.

Ainda que possa ser considerado polêmico por envolver um romance entre personagens de idades diversas, devemos entender que atualmente, o público japonês busca ser o menos conservador possível (e precisamos aprender com eles). Por essa razão, recomendamos que dê o Play livre de preconceitos, entendendo que o amor é livre de categorias, rótulos etc. A maior parte dos dias são de chuva, mas a animação mostra a beleza de ambos os momentos.

O diretor também escreveu e editou toda a obra, julgando não haver necessidade de estender um drama como esse, que de fato, ficou mais leve e é capaz de deixar um sorriso no rosto de quem assiste sem esperar nada. Atualmente está disponível no catálogo da Netflix, mas também pode ser encontrado facilmente em sites e outros veículos virtuais. Makoto Shinkai possui muita experiência em outras obras semelhantes, entretanto, essa alcançou maior destaque.

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Mais um Otaku soteropolitano que faz cosplay no verão. Gamer nostálgico que respira música e que se sente parte do elenco das suas séries favoritas. Aprecia tanto a 7ª arte que faz questão de assistir um filme ruim até o fim. É um desenhista esforçado e um escritor frustrado por ser um leitor tão desnaturado. É graduando no curso de Direito e formado no de Computação Gráfica. “That’s all folks!"
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