Crítica – Deidra e Laney Assaltam um Trem

João Fagundes
4 Min de Leitura

Novidade é o que não falta no serviço de streaming Netflix, temos que concordar. Sem esquecer que seus filmes independentes tem ganhado cada vez mais espaço no catálogo, sendo uma ótima forma de trazer à tona diretores muito talentosos e um elenco menos conhecido por falta de oportunidade. O que é o caso da diretora Sydney Freeland, em seu segundo filme, e as jovens atrizes Ashleigh Murray e Rachel Crow que protagonizam essa comédia com pitadas de drama. É chegada a hora de rever aquele conceito de “o crime não compensa”.

Com uma história bem simples, conhecemos Deidra (Murray) e Laney (Crow), duas irmãs que cuidam do irmão caçula Jet (Lance Gray) e vivem ocupadas demais com a escola, enquanto sua mãe Marigold (Danielle Nicolet da série “Flash”) trabalha em tempo integral para garantir o mínimo para seus 3 filhos, sendo uma esforçada mãe solteira. Tudo muda quando a mãe das crianças vai presa e eles terão que se criar sozinhos, dispensando a tentativa de aproximação do pai ausente (David Sullivan), um ex-presidiário. Com as dívidas surgindo e o medo de serem mandadas para o Conselho Tutelar, as garotas resolvem investir no mundo do crime, roubando um trêm de carga e vendendo ilegalmente para conseguir dinheiro pra fiança e despesas da casa.

A atuação dos personagens é competente para um filme humorístico. Destaque para as jovens protagonistas que são cativantes e nos farão torcer para que elas não sejam descobertas. Afinal, elas vivem um inferno na escola com o bullying de ter pais presidiários. O fato de serem inteligentes fará elas terem ajuda de quem menos se espera, já que a trama se torna mais complexa a cada ato. As comediantes veteranas Sasheer Zamata (“Saturday Night Live“) e Missi Pyle (“A Fantástica Fábrica de Chocolate” de 2005) são destaque entre os adultos do elenco.

Abordando outros temas como o preconceito, a busca pelo seus sonhos e a polêmica alienação parental, é uma obra bastante abrangente para quem busca rir de algo que acontece na realidade. Rir para não chorar, já que pode ser visto de uma forma completamente diferente. Por essa razão, é de dividir opiniões, pois envolve valores fundamentais como a ética e a honestidade. Mesmo assim, é um filme para a família e não decepciona nenhuma faixa etária. Para quem é fã de reviravoltas, o filme original Netflix garante umas surpresas dignas desse selo de qualidade.

Com uma fotografia digna de cinema e uma divertida aventura em família, será fácil escolher esse filme entre os outros do gênero comédia. Sabemos que existem milhões de histórias sobre criminosos que nos fazem gargalhar, mas essas meninas são encantadoras. A direção de Sydney Freeland foi tão dinâmica que torceremos para que ela continue o bom trabalho e, assim como ela, a roteirista iniciante Shelby Farrell, que consigam reconhecimento, uma vez que ainda é raro ver mulheres investindo na área. Agradecemos a Netflix por estar dando oportunidades como essa. E se não gostar… é só saltar desse trêm. 😉

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Mais um Otaku soteropolitano que faz cosplay no verão. Gamer nostálgico que respira música e que se sente parte do elenco das suas séries favoritas. Aprecia tanto a 7ª arte que faz questão de assistir um filme ruim até o fim. É um desenhista esforçado e um escritor frustrado por ser um leitor tão desnaturado. É graduando no curso de Direito e formado no de Computação Gráfica. “That’s all folks!"
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