Crítica – Malala

João Fagundes
3 Min de Leitura

O novo documentário do aclamado diretor Philip Davis Guggenheim, que conquistou o Oscar em 2007 com “Uma Verdade Inconveniente”, é outro aprendizado de uma cultura em uma sociedade muito diferente da nossa, onde o choque de realidade emociona naturalmente quem esperava uma dramatização fictícia.

Antes de vermos o filme como um documentário, é feita uma singela introdução em animação, (elemento que estará bem presente) não deixando a desejar por sua simplicidade. A explicação da origem do nome Malala tornará mais interessante a história da jovem baleada em um ônibus escolar no ano de 2012, quando tinha apenas 15 anos. O motivo? Ter lutado pelo direito à educação.

Malala Yousafzai

 

A princípio vemos os dias atuais, onde Malala lida com a publicidade de tudo que diz respeito a ativista paquistanesa, hoje residente na Inglaterra. É engraçado, pois percebemos que ela não está ali pela fama, mesmo estampando a capa da revista Time, sendo considerada uma das 100 pessoas mais influentes do mundo. Ela ainda é uma garota comum que implica com os irmãos, que quer se apaixonar… e que vive em defesa das mulheres e da valorização das mesmas no contexto social.

Somos bombardeados com frases motivadoras sobre lutar pelo que acredita através do poder da voz, que jamais deve se calar quando um direito é infringido. Conhecemos sobre sua família, que possuem problemas e ainda sim são felizes. É interessante aprender sobre o amor na visão do pai de Malala, Ziauddin; ou de como devem se portar às mulheres paquistanesas, seja no Paquistão ou no Reino Unido; algo que aprendemos com a mãe de Malala, Tor Pekai.

O problema do filme está na repetição, de usar velhas técnicas como usar uma cena que no final será reaproveitada, coisa que nesse documentário foi desnecessária. A direção de Guggenheim é boa o bastante para diferenciar esse dos documentários vistos em escolas, cujo os alunos perdem o foco com a abordagem. A narração de Malala e seu pai é outro motivo para se manter consciente nas quase duas horas do longa. A união e a valorização da família é outro forte elemento que nos torna próximos das pessoas, pois aqui não há personagens.

Além de narrar os acontecimentos que atingiram Malala e a deixaram em coma, a obra tem muito do que é abordado no livro “Eu Sou Malala” e dos projetos filantrópicos em que ela se envolve. Uma forma inteligente e inspiradora de mostrar a importância da educação e da igualdade de gêneros, onde um não precisa se sobrepor ao outro em uma sociedade civilizada.

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Mais um Otaku soteropolitano que faz cosplay no verão. Gamer nostálgico que respira música e que se sente parte do elenco das suas séries favoritas. Aprecia tanto a 7ª arte que faz questão de assistir um filme ruim até o fim. É um desenhista esforçado e um escritor frustrado por ser um leitor tão desnaturado. É graduando no curso de Direito e formado no de Computação Gráfica. “That’s all folks!"
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