Crítica – Manchester À Beira-Mar

João Fagundes
3 Min de Leitura

O drama estadunidense vencedor de vários prêmios incluindo o recente Globo de Ouro de “Melhor Ator em Filme Dramático” para Casey Affleck (irmão do também ator Ben Affleck) é dirigido e escrito por Kenneth Lonergan, responsável por outros dramas como “Conte Comigo”(2000) e “Margaret”(2011). Por ser independente, é natural que passe despercebido dentre outros filmes, mas é certo que ele ainda fará muito barulho.

Obrigado a retornar para sua cidade natal, Lee Chandler (Casey Affleck) será o tutor do seu sobrinho adolescente, já que o pai do garoto faleceu precocemente. A situação se torna ainda mais desagradável porque Lee terá de enfrentar o que ele deixou pra trás. Uma situação que aos poucos o filme mostra com realismo e um pouco de singularidade, sem se manter em um clichê, como parece inicialmente.

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Sobre a relação dos personagens, entendemos que ninguém é melhor do que ninguém. Lee e seu sobrinho Patrick (Lucas Hedges) aos poucos desenvolvem uma relação de irmãos, coisa que não aconteceria sem a perda do pai e irmão, Joe (Kyle Chandler). Já paralelamente é abordado o divórcio, onde Randi (Michelle Williams) parece cada vez mais aflita com o retorno de Lee, dentre outros motivos. Nesse elenco está o segredo de o filme atrair até o fim, pois interpretam com força de vontade.

O roteiro, assim como a fotografia do filme está fantástico! É incrível estarmos num drama e ainda sim encontrarmos motivos pra rir, mesmo havendo tanta morbidez na atmosfera desse filme. Por um lado não justifica ele ser tão longo, mais de duas horas é o que faz desse um daqueles filmes que veremos uma vez por ano. Sim, porque ele merece ser revisitado! Lidar com o luto nunca foi tão difícil como é neste longa, e não haverá salvação. Quer mais realidade do que isso?

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Ainda que tenha acumulado tantas tarefas, o diretor Kenneth Lonergan fez aqui o seu melhor trabalho em sua discreta carreira. Polêmicas à parte (sobre duas acusações de abuso sexual) Casey Affleck é um talentoso ator e contracenar com Michele Williams só agregou todo o talento dos atores nesse comovente drama.

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Mais um Otaku soteropolitano que faz cosplay no verão. Gamer nostálgico que respira música e que se sente parte do elenco das suas séries favoritas. Aprecia tanto a 7ª arte que faz questão de assistir um filme ruim até o fim. É um desenhista esforçado e um escritor frustrado por ser um leitor tão desnaturado. É graduando no curso de Direito e formado no de Computação Gráfica. “That’s all folks!"
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