Feios foi apresentando para mim pela Pam do blog Garota It em uma resenha e indicado por alguns amigos. Confesso que tive um pouco de receio e julguei erroneamente o livro, achando que poderia ser fútil por se tratar de um tema sobre beleza. Essa foi minha primeira leitura do Scott Westerfeld e fiquei bastante admirado com sua narrativa.
Scott nos embarca em um mundo futurístico onde as crianças residem em dormitórios até completarem 16 anos, todas feias, esperando por uma cirurgia onde serão transformadas em perfeitos. Elas são ensinadas desde pequenas que são feias e que o único modo de ser realmente felizes é realizando o procedimento cirúrgico.
Mas no meio disso tudo a Tally, uma feia que sonha em se juntar ao seu melhor amigo Peris em Nova Perfeição, onde poderá ter satisfação e plena felicidade participando de todas as festas da cidade, tendo em certo ponto, uma diversão sem limites. Mas tudo muda quando Tally conhece uma garota chamada Shay que tenta lhe mostrar uma nova visão do mundo em que elas vivem, que nada o que parece ser, é realmente belo.
“Fazer o que as pessoas esperam que você faça é sempre entediante. Não consigo pensar em nada pior do que ser obrigada a me divertir.” – Shay
Algumas decisões de Tally, a protagonista, me deixaram em muitos momentos frustrado e irritado. Além de ela ser um pouco acomodada com a sua situação, que está claramente evidente em sua frente e ser demasiadamente egoísta em certos aspectos.
A cada capitulo (que é narrado em terceira pessoa) iremos compreender pouco a pouco como é este mundo que o Scott nos apresenta em 415 paginas. Nesse futuro, há carros e pranchas voadoras. Uma tecnologia absurdamente avançada que descarta o fato de escreveremos a próprio punho. Sem falar dos anéis de interface e da própria complexidade da cirurgia a ser acarretada para tornar um feio em perfeito.
Sobre a narrativa, pode ser um pouco arrastada em diversos momentos, mas não a considero chata. Existem fatores que realmente prendem você a leitura, alguns deles da maneira que são apresentados e te surpreende ao desenrolar da trama. E sim, há uma ponta de romance que sinceramente eu penso que o Scott poderia não ter utilizado. Pareceu um pouco forçado e muito rápido, mas não a muito foco. O final é satisfatório e deixa a ponta para o próximo livro.
Mesmo o livro tendo seus altos e baixos, é uma boa leitura para os amantes de histórias distopicas ou mesmo leitores que tenha curiosidade e queiram conhecer. Pois de forma simples mais rica em detalhes, Scott Westerfeld consegue transmitir sem dúvidas uma crítica social aos nossos dias, da forma como encaramos a beleza e se estamos realmente dispostos a pagar o preço para obtê-la a qualquer custo.