Crítica – Demolidor – 2º Temporada

Danilo de Oliveira
7 Min de Leitura

A primeira temporada de Demolidor não só marcou a estreia da parceria da Marvel Studios com a Netflix, como mostrou como adaptar de forma espetacular um personagem de HQ.A formula se repetiu em Jessica Jones, que não só pegou o de bom do seu antecessor como ramificou ainda mais seus personagens e traumas. As series ainda trouxe os melhores vilões já feitos pela Marvel Studios em mídia visual.

Com  isso,a segunda temporada de Demolidor, o Netflix aumentar a nossa ansiedade para o futuro do universo televisivo da Marvel — principalmente quando falamos sobre a série dos Defensores. Aproveitando que agora já conhecemos Matthew Murdock (Charlie Cox) e sua vida de “advogado de dia e demônio de noite”, os novos episódios funcionam bem ao avançar nas histórias individuais de Foggy Nelson (Elden Henson) e Karen Page (Deborah Ann Woll), além de introduzir dois grandes e novos personagens: Jon Bernthal como Frank Castle/ O Justiceiro e Elodie Yung como Elektra Natchios.

Sim esses dois personagens dividem a atenção dos espectadores nessa temporada juntamente com o personagem titulo. O Justiceiro de Bernthal consegue cumprir o papel de representar o típico anti-herói — impossível de odiar e capaz de fazer você repensar seus conceitos de certo ou errado. Ao mesmo tempo, ele aumenta a brutalidade das cenas de ação e conduz o seriado para um outro nível de maturidade.

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Já Elektra, ex-namorada de Matt, é uma verdadeira montanha-russa. Usada nos primeiros episódios com um alívio cômico meio exagerado, a mercenária assassina proporciona bons momentos a partir da metade da temporada, quando os acontecimentos de fato começam a esquentar. Suas brincadeiras fora de hora podem incomodar os fãs da versão criada por Frank Miller, mas sua perseverança, sedução e independência são características que continuam intactas.

A maneira como estes dois personagens influenciam a vida dupla de Murdock é quase que a mesma: Elektra e Castle, embora tenham motivações diferentes, não pensam duas vezes na hora de matar um inimigo. A ideia de “fazer justiça com as próprias mãos” não agrada a moral de Murdock, que prefere entregar seus adversários para as autoridades responsáveis. A nova dupla também oferece uma dinâmica diferente para as cenas de luta, com Elektra e suas graciosas habilidades de artes marciais e Castle com sua experiência militar.

Não bastasse isso a dupla jornada de Murdock começa a afetar estabilidade da Nelson & Murdock, que acaba recaindo nos ombros de Karen e Foggy os problemas da advocacia. Para quem estava esperando bons julgamentos, a segunda temporada de Demolidor não decepciona ao mostrar a dificuldade de Foggy em resolver os problemas da empresa sem a ajuda e inteligência de Matt.

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A ascensão profissional de Karen e sua relação “amistosa” com Frank Castle também compõe os pontos fortes da temporada. E se 2015 foi um ano solitário para a vida do Homem Sem Medo, os novos episódios certamente acrescentam romances impactantes na vida de Murdock. Antes que isso levante suspeitas nos espectadores menos românticos, vale notar que a série trata os relacionamentos amorosos do herói com muita sutileza e não tem pressa em formar quaisquer casais.

É um início forte, com a mesma pegada urbana almejando um suposto realismo da primeira temporada, e que dá mais o que fazer a Foggy e Karen Page,  trazendo de volta também a “Enfermeira Noturna”. A personagem de Rosario Dawson ajuda a conectar a história com Jessica Jones e Luke Cage, o que renderá à Netflix a superequipe Os Defensores futuramente.

A metade final da segunda temporada de vai ainda mais fundo na construção de seus personagens, aproximando-os dos quadrinhos da melhor maneira possível: sem rodeios ou vergonha pelo meio original.

A revelação do Tentáculo(traduzido erradamente na legenda como A Mão)mostra não só a serie abraçando o lado místico como o universo dos heróis  na Netflix devem abordar mais disso em Punho de Ferro.

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Quanto ao visual e design de produção de Demolidor, não posso deixar de idolatrar a abertura da série que, embora seja a mesma do ano passado, continua de arrepiar. Também é interessante o uso dos elementos sonoros e visuais para representar o radar de Murdock, bem como o cuidado em explicar as habilidades do herói. As espetaculares e bem coreografadas cenas de luta, rendem lutas ainda mais intensas e brutais que a temporada anterior,graça ao dois novos personagens que dão seus estilos juntamente ao Demônio Ousado.

Bom ,com certeza Frank Castle/ O Justiceiro é uma das grandes estrelas da segunda temporada de Demolidor, oferecendo conflitos morais e um novo tipo de brutalidade para a série. Embora a vida dupla de Matthew Murdock continue sendo o foco principal da série, os novos episódios acertam ao trazer tramas interessantes e inteligentes para Foggy e Karen, que provaram ser os verdadeiros heróis de Hell’s Kitchen e tão protagonistas quanto Matt. Elektra é, naturalmente, uma adição ousada ao universo do Demolidor, e que, mesmo soltando algumas piadas forçadas, acaba funcionando bem ao decorrer do processo. A trama envolvendo o Tentáculo não foi clara o suficiente para criar um antagonismo satisfatório para a temporada, mas, pelo desfecho do último episódio, é provável que as perguntas encontrem suas respostas no terceiro ano do seriado.Agora é aguardar Luke Cage e Punho de Ferro para enfim temos a reunião em Defensores!

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