Conhecido por adaptar obras de game como o nostálgico Mortal Kombat (1995) a franquia Resident Evil e Monster Hunter, Paul W.S. Anderson tem uma assinatura um tanto peculiar para suas obras: um roteiro simples e de puro entretenimento, um fiapo de referencias as obras adaptadas, cenas de ação exageradas e claro: Milla Jovovich.
Adaptando um conto do escritor George R.R. Martin, Anderson mantem todas as suas características do seu cinema para o bem ou para mal, com um longa de ação genérico que tem forte referencias em Mad Max, que vai agradar quem curte seu cinema e desagrada os que não curtem.
A trama nos leva para um futuro distópico em que, após a queda da civilização moderna, a humanidade se isolou em uma única cidade protegida por altos muros de ferro e regidos pelas mãos de ferro e um Soberano e de uma Igreja autoritárias. Protegidos das criaturas mutantes que habitam as Terras Perdidas – como fica conhecido o ermo árido e destruído que os cerca -, os sobreviventes são forçados a uma labuta eterna que reitera o poder de seus governantes e os subjugam a uma vida de escravidão.

Porém, as coisas mudam com a chegada de uma bruxa chamada Gray Alys (Jovovich), que fica responsável por realizar quaisquer desejos de qualquer pessoa que for procurá-la e puder lhe pagar pelos serviços – além de ter a habilidade de conjurar ilusões poderosas que atenuam a linha entre a verdade e a imaginação. Sua fama se espalha pela cidade e chama a atenção da Rainha Melange (Amara Okereke), que anseia por ser tornar um metamorfo (um humano com habilidade de se transformar em animal) e lhe oferece uma grande quantia de dinheiro para que ela faça isso acontecer. Ela, então, aceita o pedido, avisando-lhe de que, às vezes, nossos desejos mais íntimos podem não se realizar da maneira que queríamos. Gray Alys, pois, parte em uma perigosa missão ao lado do caçador Boyce (Dave Bautista), enquanto foge das garras da Igreja, que quer enforcá-la por heresia e traição.
O roteiro não há nada de originalidade, nem precisa, já que o conto de Martin contem muitas coisas bem interessante, porém Anderson joga fora essas boas ideias e estabelece a narrativa quase que como um game, fazendo a jornada da dupla enfrentando perigos e complicações a cada estagio da maneira mais qualquer coisa.

Tudo aqui é feita de forma simples e mais raso que um pires. Bautista e Jovovich entregam o básico que já foi visto de duplas improváveis nos cinemas. Jovovich mantém seu jeitão já visto em Resident Evil e Monster Hunter e Bautista traz o clássico mercenário de poucas palavras. As cenas de ação são já o típico que o diretor faz em seus projetos anteriores. Muito slow motion e excessivo uso de CGi para criar algumas boas cenas e outras não tanto.
Mesmo com uso de CGI e efeitos especiais, a fotografia de ‘Nas Terras Perdidas’ é um dos pontos que mais se destacam nessa produção. O trabalho de Glen MacPherson traz uma tonalidade mais escurecida e um filtro sépia para transportar o espectador a um universo devastado das terras perdidas.

Pra finalizar, Nas Terras Perdidas entrega mais uma tipica produção do seu realizador. Uma aventura que adapta de forma generica o conto do Martin, entregando mais uma vez um entretenimento escapista que Anderson sempre busca manter em seus projetos.