Código Preto | Steven Soderbergh entrega um engenhoso quebra-cabeça com sua assinatura de sempre

Danilo de Oliveira
4 Min de Leitura
3.5 Muito Bom
Critica - Código Preto

Conhecido pela trilogia Onze Homens e Um Segredo, Steven Soderbergh é um diretor que tem uma certa classe ao assinar seus trabalhos, principalmente nos longas encabeçados por George Clooney e cia.

Estando mais em projetos mais experimentais como Divinity (2023) e o inedito por aqui A Presença, o diretor volta ao mundo das tramas intricadas e cheias de reviravoltas no thriller de espionagem Código Preto que reúne Michael Fassbender e Cate Blanchett e um ótimo elenco em uma trama que nada parece o que é e muito menos ser confiável.

Universal Pictures/Reprodução

A trama é centrada em um casal de espiões formado por George Woodhouse (Michael Fassbender) e Kathryn St. Jean (Cate Blanchett). Ambos trabalham em uma empresa que monitora possíveis atividades terroristas no Reino Unido e no restante do mundo – colocando George em um impasse quando, ao investigar o paradeiro de uma poderosa arma que pode dizimar o mundo, descobre que a esposa está entre a lista de suspeitos que podem ter traído o próprio país em prol de um conluio criminoso. Porém, considerando a confiança que nutre em Kathryn, George delineia um plano para revelar o verdadeiro culpado, percebendo que as coisas não são tão simples quanto parecem e que a verdade está bem à frente dos seus olhos, mesmo escondida sob pretextos controversos.

Apesar da história ser bastante parecida com muitas tramas de espionagem, Código Preto rema contra a maré em alguns pontos, trazendo um suspense envolto do drama de maneira bastante eficaz e uma ação nula. Isso pode até desapontar alguns espectadores, mas o texto conduzido por David Koepp, cheio de camadas e algumas reviravoltas, os atores têm um prato cheio para entregarem bons personagens em uma história que ficamos tentando descobrir os como, porquês e “quems” na medida que somos apresentados para todos eles nessa trama de espionagem.

Universal Pictures/Reprodução

Fassbender e Blanchett desfrutam de uma incrível química, mas não se mantêm presos apenas ao arco um com o outro: a dupla, exala carisma com performances sólidas e caprichosas, também compartilha de momentos ao lado de uma ótima Marisa Abela como Clarissa Dubose, apresentando um novo lado de sua versatilidade artística; Tom Burke como o controverso Freddie Smalls, cujo relacionamento com Clarissa implode o tempo todo; Naomie Harris como a fria e calculista Dra. Zoe Vaughan, terapeuta que fica responsável pelo cuidado dos agentes da companhia; e Regé-Jean Page como o deplorável Coronel James Stokes, posando como um soberbo agente de campo que não aceita “não” como resposta. E, completando esse elenco, Pierce Brosnan faz uma breve aparição como o chefe Arthur Steiglitz.

Misturando as reviravoltas de uma Agatha Christie com uma trama de espionagem classuda e cheia de nuances, Código Preto convida o espectador a fazer parte da trama e mergulhar nesse quebra-cabeça engenhoso que seu realizador e seu elenco traz. Apesar do final anticlimatico, é uma obra que prende atenção durante toda sua projeção.

Critica - Código Preto
Muito Bom 3.5
Nota Cinesia 3.5 de 5
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