Fernanda Montenegro, uma das atrizes mais importantes do nosso cinema que junto de sua filha Fernanda Torres emocionou o mundo com Ainda Estou Aqui, se mantém firme em mais uma obra que promete comover as plateia nos cinemas do país.
Vitória, conta a história real de uma aposentada que desmontou uma quadrilha carioca de traficantes e policiais a partir de filmagens feitas da janela do seu apartamento no Rio de Janeiro.

O roteiro escrito por Paula Fiúza, com colaboração de Breno Silveira, e inspirado no livro Dona Vitória da Paz, do jornalista Fábio Gusmão, é até bem simples e por se dizer formulaico, mas não deixa de ser poderoso. Tudo isso se dá por ele focar quase que unicamente a construir e criar uma relação de empatia do publico com sua protagonista. A direção de Andrucha Waddington (Casa de Areia) é eficiente em trabalhar isso, aliada a fotografia que contrasta bem os tons.
Como eu disse acima, Fernanda é o centro e o coração do filme! Suas expressões e nuances compõem uma personagem forte, altruísta e tem um senso de dever sem igual, mas totalmente vulnerável e crível. Intercalando bem o drama e até o humor, a atriz se sobressai até quando salva os pequenos deslizes que o longa tem. Mesmo com Montenegro dominando as ações, há ótimos apoios em cena. Linn da Quebrada (Vale Night) tem uma atuação segura e mesmo em poucas cenas e se torna um dos destaques da história. O mesmo acontece com o estreante Thawan Lucas que dá vida a Marcinho que encanta e com o talentoso Alan Rocha que surge em cena como uma luz para guiar a protagonista, transmitindo muita verdade com seu personagem.

Vitória é mais um filme que mostra o potencial do nosso cinema. É simples, mas é comove em nos trazer uma inspiradora história de luta e indignação de uma mulher simples, mas de uma coragem sem tamanho.