Maria Callas | Angelina Jolie brilha em eficiente cinebiografia

Danilo de Oliveira
4 Min de Leitura
3.5 Muito Bom
Critica - Maria Callas

O diretor Pablo Larraín se especializou em cinebiografia de mulheres fortes com Jackie e Spencer. Seu novo projeto para concluir essa trilogia cinebiograficas agora trazendo Angelina Jolie no papel da lendária cantora de ópera Maria Callas.

No longa, acompanhamos a tumultuada, bela e trágica história da soprano greco-americana interpretada por Angelina Jolie e considerada uma das melhores cantoras de ópera da história. O filme retrata o período no qual Maria se refugia em Paris nos anos 70, focando em seus últimos dias de vida enquanto revisita suas memórias, traumas, amigos, amores e voz.

Assim, como em Spencer e Jackie, Larrain traz um recorte histórico da vida da artista, focando em seus últimos dias de vida, explorando a fragilidade da personagem enquanto relembra suas memórias. O roteiro de Steven Knight, que retoma a parceria com o diretor não é didático como muitas outras cinebiografia. Apesar de Callas ter sido uma das mais icônicas cantoras de ópera do século 20, Larraín não está tão interessado no quanto foi o icone, mas em Maria. O filme se passa na Paris de 1977, onde ela não desfruta mais do glamour e de seus tempos de glória no auge do sucesso. Reclusa em sua mansão e sofrendo de depressão, a protagonista vive fragilizada, afundada em remédios e com sua voz enfraquecida.

Diamond Films/Reprodução

Como o vício em remédios lhe causavam alucinações, a narrativa sabiamente interage entre o que é realidade e imaginação, com a fantasia literalmente invadindo sua vida – como é o caso do jornalista que se chama Mandrax (Kodi Smit-McPhee), nome de um medicamento que atua como sedativo.

Porém, o roteiro nunca se aprofunda na grandeza que foi a artista para sim entendermos suas angústias, reservando apenas algumas cenas para ela se apresentar em flashbacks.

Diamond Films/Reprodução

Contudo se há alguns problemas na consistência do seu roteiro, Angelina Jolie se sobressair e ganha os holofotes. A atriz reflete muito bem a imponência, arrogância e insegurança da personagem, com uma maestria de encher os olhos. Assim como Natalie Portman em Jackie e Kristen Stewart em Spencer, Jolie se destaca e mantêm o foco para si aqui. Juntamente da deslumbrante da direção de arte de Tom Brown, Bence Erdelyi e Attila Illés, assim como a direção de fotografia de Edward Lachman, o diretor transforma a mansão de Callas em um verdadeiro palco para Angelina Jolie brilhar.

Pra finalizar, com Maria Callas, Pablo Larrian volta a explorar o intimo de uma figura popular, trazendo o lado mais tragico da mulher que foi a uma das maiores cantoras de ópera do século XX com uma cinebiografia eficiente em construir esse cenário trágico da protagonista, apesar de não tão impactante quanto seus anteriores. Ainda sim, Angelina é o grande destaque com uma atuação poderosa e merecedora da atenção nessa temporada de premiação.

Critica - Maria Callas
Muito Bom 3.5
Nota Cinesia 3.5 de 5
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