A trilogia O Senhor dos Anéis dirigida por Peter Jackson foi um marco na história do cinema.
Filmada toda de uma vez, o arriscado projeto contou com um elenco inspirado e altamente carismático, design de produção e efeitos visuais magníficos e um roteiro que adaptou e trouxe as telonas umas das sagas mais icônicas da cultura pop.
Com os anos, Jackson ainda trouxe uma nova trilogia adaptando O Hobbit que apesar de resgatar essa ida a Terra Média, não ficou tão marcada quanto a anterior.
Agora, apesar de temos sido trazido novamente para a Terra Média recentemente com a série Os Anéis de Poder da Amazon, eis que A Guerra dos Rohirrim, longa realizado em anime, traz de volta essa essência das obras feitas por Jackson de um jeito que nunca imaginamos, mas que casa incrivelmente.
O longa acompanha a história não contada por trás do famoso Abismo de Helm, a fortaleza icônica que ajudou na jornada de Aragon, Legolas e Gimli centenas de anos antes da fatídica Guerra dos Rohirrim, contando a vida e os tempos sangrentos de seu fundador, Helm Hammerhand, o rei histórico de Rohan. 183 anos antes das aventuras de Frodo e dos eventos da trilogia original de filmes, O Senhor dos Anéis: A Guerra de Rohirrim acompanha o destino do povo do reino de Rohan e a saga de seu rei Helm, ambos em guerra com Wulf, lorde do povo Dunlending que busca vingança pela morte de seu pai. Será Hera, filha de Helm, porém, quem irá liderar a resistência contra os ataques desse implacável inimigo antes que seja tarde demais.
A animação dirigida por Kenji Kamiyama, que tem em seu currículo obras como “Ghost in the Shell: Stand Alone Complex” e “Blade Runner: Black Lotus”, combina o melhor do estilo tradicional de anime com cenários 3D deslumbrantes, oferecendo uma experiência cinematográfica única que lembra bastante obras do Studio Ghibli. Mais do que uma prequela, este filme se apresenta como uma obra independente que respira frescor e originalidade dentro de um universo já consagrado.
Kamiyama e sua equipe de roteiristas, incluindo Jeffrey Addiss e Will Matthews, conseguem fazer uma história independente e imersiva que apesar de simples, honra as raízes de Tolkien, sem depender do conhecimento prévio da franquia. A narração em off (contada por Éowyn de Miranda Otto da trilogia original) confere para isso fluir muito bem e manter esse espectador casual entretido nele.
Com certeza, a fusão de técnicas 2D e 3D é uma verdadeira obra-prima. Criando cenas de ação que são tanto espetaculares quanto emocionantes. As batalhas épicas entre os Rohirrim e os Wildmen são magnificamente coreografadas e nos fãs relembram a estrutura e coordenação das batalhas feitas por Jackson. Além disso, a animação não é apenas um deleite visual como reforça a imersão. A mescla de personagens em anime com cenários 3D gera algo que impressiona e nunca fica imperfeito.
Pra finalizar, O Senhor dos Anéis: A Guerra dos Rohirrim é um retorno a Terra Média e uma celebração a obra de Tolkien. Um filme que se inspira na trilogia de Peter Jackson para nos contar uma história desse universo de um jeito que nunca imaginamos, e casa perfeitamente com o que a saga é. Por mais animes da franquia por favor!