Lançado em 2016, Moana se tornou um sucesso estrondoso para a Disney. A destemida aventureira das ilhas Polinésia encantou o publico com uma história divertida e inspiradora, com músicas marcantes, além de excelentes personagens.
Oito anos depois a Disney não é mais a mesma, amargando algumas decepções de bilheteria com suas produções originais, principalmente nesse período de ferias com dois últimos filmes lançado nesse mês.
Prometido inicialmente como uma série para o Disney+, a sequencia de Moana sofreu um replanejamento para o cinema, apos a mudança de direção no estúdio, que decidiu apostar em sequencias de sucesso da empresa do que produtos originais no momento.
A ideia que se mostrou um acerto com Divertida Mente 2 no meio desse ano (e a maior bilheteria do ano!) continua bem aqui em Moana 2, sequencia que expande o universo da protagonista e mantêm o encanto e a diversão, ainda que sem a mesma qualidade de seu antecessor.
Agora com 19 anos, a heroína polinésia segue um chamado de seus ancestrais de volta a águas perigosas e distantes da Oceania. Ao lado de um grupo improvável de marinheiros, e a ajuda do semideus Maui, ela deve quebrar uma maldição terrível de um deus cruel e com sede de poder.
David Derrick Jr., Jason Hand e Dana Ledoux Miller, que assumem a cadeira de direção da sequência, não perdem tempo para iniciar a nova jornada da protagonista. Assumindo a missão de ajudar seu povo, a partir de sua coragem e conexão com o mar – além do fato de ser, naturalmente, a próxima na hierarquia de liderança -, agora amadurecida e em plena consciência de seu potencial como desbravadora e aventureira, se vê compelida a enfrentar obstáculos mortais.
Apesar do terço inicial da história seja um tanto corrido, o miolo do filme oferece um assentamento para a trama. Desde o momento em que o grupo disfuncional se reúne em alto mar e a jornada começa, de fato, a narrativa ganha um caráter semelhante ao seu original. Para evitar essas repetições em relação a jornada no anterior, novos personagens são adicionados e trazido a navegar com Moana. A química da personagem com nomes como Loto (Rose Matafeo), Kele (David Fane) e Moni (Hualālai Chung) ajudam na aceitação dos espectadores a essa nova história.
Se o primeiro filme é conhecido por seu trabalho visual estonteante, a sequência dobra a aposta com precisão. As elogiadas texturas, dos movimentos das águas, da pele dos personagens e dos grãos de areia, seguem vibrantes com uma iluminação que privilegia a coloração de cada detalhe da natureza.
Apesar dessa exuberância e encanto, o roteiro é apressado e parece faltar algo, resumindo muita coisa, por causa da mudança no formato que a produção teve. Como inicialmente a sequencia seria uma série para streaming, e se tornou um longa, muito do material original foi descartado e alguns desenvolvimento ficam meio que corrido ou resolvidos de forma rápida.
Marca registrada do estúdio, as canções que embalam a história também fazem parte intrínseca do universo criado em 2016. Desde o início, até mesmo com a faixa principal, é possível sentir que a animação opta por uma outra vertente musical.
Utilizando novamente instrumentos e referências aos povos da trama e recursos que podem ser ouvidos em qualquer lançamento recente, há mais momentos dançantes, com destaque à música da vilã Matangi e ao número de Maui, que coloca o personagem de Dwayne Johnson (no original) de forma vibrante em cena.
Mesmo que “Além” seja uma ótima e belíssima música-tema, que, entoada por Any Gabrielly na versão brasileira, encorpa a aventura de maneira emblemática, as canções não tem a mesma nível marcante quando postas ao lado do longa original.
A versão dublada é mais uma vez um show a parte. Any Gabrielly e Saulo Vasconcelos nas vozes e Moana e Mauí estão novamente ótimos! A localização é precisa e sabe brincar com memes e gírias nacionais que arrancam riso do publico no cinema.
Pra finalizar, Moana 2 vai além, expandindo a mitologia da franquia com uma aventura que diverte e encanta, apesar de se não arriscar nas questões criativas e manter-se preso a um glorioso e não tão distante passado.