Fúria Primitiva | Dev Patel estreia na direção com filme brutal de vingança

Danilo de Oliveira
6 Min de Leitura
Diamond Films/Reprodução
3.5 Muito Bom
Crítica - Fúria Primitiva

O cinema asiático de ação nos últimos anos tem sido mais conhecidos pelo grande publico, visto o que essas produções estão influenciando o cinema de Hollywood e claro, com a internacionalização de seus astros para o ocidente e também pela expansão do streaming.

Produções como Operação Invasão, Ong Bak, Noite Sem Fim, Old Boy entre outras com certeza mostrou pra o ocidente como fazer cenas de ação e inspirou muitas obras como o próprio John Wick no quesito de filmar e coordenar cenas desse gênero.

O ator britânico Dev Patel, conhecido por produções como Quem Quer Ser Um Milionário, A Lenda do Cavaleiro Verde, Lion entre outras se arrisca na direção para trazer aqui Fúria Primitiva, seu filme de estreia que bebe desse cinema e entrega uma jornada de vingança brutal e repleta de simbolismos.

Diamond Films/Reprodução

Fúria Primitiva (Monkey Man no original) acompanha a história de um jovem chamado apenas de Kid (Dev Patel), cujo trabalho é apanhar todas as noites num clube de luta clandestino, usando uma máscara de macaco para esconder sua identidade. Mas tudo isso é apenas uma forma de ganhar dinheiro, enquanto planeja sua grande vingança contra as autoridades responsáveis pela morte de sua mãe.

Para isso, ele se infiltra nos locais frequentados pela elite indiana, que vive num contraste extremo em comparação aos pobres cidadãos do país. Seu plano pode não ser o mais elaborado, mas Kid é determinado e contará com alguns pontos de suporte, enquanto faz uma jornada de autodescoberta e superação de traumas.

Originalmente, Fúria Primitiva ia ser lançado pela Netflix, mas o projeto acabou sendo abandonado e só chegou aos cinemas com um novo produtor: Jordan Peele, o diretor oscarizado de Corra!Nós e Não! Não Olhe!.

Diamond Films/Reprodução

O roteiro carrega na sua estrutura a velha e básica história de vingança já vista muitas outras produções. O tempero aqui é que Patel, insere simbolismos da cultura indiana baseada no hinduísmo e claro o toque referencial de produções asiáticas, além de trazer um pouco de sua identidade e sabendo exatamente a mensagem que deseja passar e não dispensando recursos para isso, com close ou enquadramentos que apresentam a confusão de Kid. O frenesi é uma constância proposital e funciona na jornada do protagonista

Uma curiosidade é que a história se inspira numa lenda local: Hanuman, um ser mítico, semelhante a um macaco, que representa força e coragem.

Kid não é um assassino profissional. É apenas um jovem que vive atormentado pela morte da mãe e o caos que destruiu sua vida. Caos esse causado pela ganância e corrupção de autoridades que pisam e enganam as classes mais baixas da população. Figuras que fingem ser deuses na Terra, mas escondem lados sombrios.

Diamond Films/Reprodução

Existe uma critica social bem destacada, mas que não tem um devido desenvolvimento, seja pela eloquência frenética que o protagonista passa, que por muitos momentos essas passagens ficam transitando meio que fragmentadas durante o longa. Falta uma certa sutileza do diretor em passar isso melhor, mas não chegar a ser um problema de tirar a gente da trama.

Patel se inspira nos diferentes mundos presentes na cultura indiana para apresentar esse contexto social. Por um lado, temos a prática realidade de diferenças de classes e castas presentes na sociedade. Por outro lado, existem as lendárias histórias indianas, que traçam paralelos com a realidade. Essa é uma forma bem interessante de mostrar um pouco das culturas indianas no mundo, já que o hinduísmo é uma religião muito rica culturalmente mas pouco vista e conhecida no ocidente, e assim fazer um interessante paralelo com o poder e a intolerância que é vista nos dias de hoje com o que é apresentado no filme.

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E no quesito ação, o longa com certeza é um deleite para os fãs! Patel não deixa a câmera um minuto quieta e isso condiz com o frenesi do seu protagonista, um cara que não nenhum profissional e tem um único intuito: se vingar! Então se você já viu alguma produção asiática já sabe o que encontra: muita porradaria, tiro e cenas brutais.

Pra finalizar, Fúria Primitiva apresenta uma velha e boa jornada de vingança de forma brutal que mostra um retrato social muito interessante da Índia e vai entreter em cheio os fãs de ação a lá Operação Invasão e John Wick, e uma bela estreia para um inciante na função!

Crítica - Fúria Primitiva
Muito Bom 3.5
Nota Cinesia 3.5 de 5
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