Faz tempo que não leio Rick Riordan, mas provavelmente nunca vou esquecer a saga Percy Jackson (que me deixou obcecada com a cultura grega). Graças a isso, devo admitir que comecei o primeiro livro da série Magnus Chase e os deuses de Asgard com um pé atrás e sobrancelhas erguidas ao máximo possível, e levei mais tapas que posso contar enquanto lia.
Magnus Chase é um adolescente de – exatos – 16 anos de idade que vive nas ruas de Boston após a morte suspeita de sua mãe, propositalmente afastado dos outros membros da família até o dia em que avista sua prima Annabeth (sim, a namorada de Percy Jackson e filha de Atena, deusa da sabedoria grega) e seu pai procurando por ele e acaba parando na casa de seu tio Randolph, um historiador. Depois disso, sua vida se transforma em pura loucura, onde ele se descobre um semideus (embora os nórdicos não gostem tanto desse termo quanto os gregos), filho de Frey.
Para minha grande surpresa, o livro se passa num ambiente e num ritmo completamente diferente da saga que debutou o autor. Magnus e Perseu são dois jovens que compartilham apenas o sangue meio divino, um grande azar e Annabeth em suas vidas. Suas personalidade, seus amigos e suas aventuras são tão diferentes que nem mesmo cheguei a lembrar que os livros eram do mesmo autor e se passavam no mesmo universo e época (Magnus até mesmo já foi mencionado num dos livros da série Heróis do Olimpo).
Em pouco mais de 440 páginas, Rick nos introduz a um universo incrível cercado de novas divindades, novos seres e locais que desafiam as leis da ciência terrena (de uma forma boa, claro), nos envolvendo a tal ponto que duvidamos de certas lealdades ao lado de Magnus e até nos envolvemos intimamente com seus amigos (Hearthstone, Sam e Blitzen já possuem um lugar carimbado no meu coração). Além disso, até mesmo quebra alguns esteriótipos das divindades nórdicas (parece que Thor não é tão glamuroso quanto os Avengers transparecem), introduz personagens mais variados (Sam, por exemplo, é muçulmana) e traz piadas que quebram a tensão (esperem até conhecer Jacques, são as minhas partes favoritas do livro).
Um ponto negativo é que, em alguns momentos do livro, fui tão distraída por tudo o quê estava havendo em volta que acabei por esquecer qual era a real missão de Magnus. Todavia, num todo, a obra é bastante positiva.
A propósito, dá pra imaginar que anões amam a Taylor Swift?
Se estou ansiosa para “Magnus Chase e o Martelo de Thor”? Com certeza.
Obs: No Brasil o livro é distribuído pela Editora Intrínseca e foi traduzido por Regiane Winarski.