As cinebiografias de ícones da música seguem sendo uma forte fonte de inspiração no cinema recente. Se no cinema nacional tivemos Mamonas Assassinas e Meu Nome é Gal, Hollywood que já trouxe Whitney Houston, Freedy Mercury,Elvis agora traz o ícone do reggae Bob Marley com One Love.
Estrelado por Kingsley Ben-Adir, Lashana Lynch e James Norton, o longa apresenta um trecho importante da história de Robert Nesta Marley OM, mais conhecido como Bob Marley, grande ícone do reggae. O filme relembra os importantes feitos do cantor para seu país, assim como as dificuldades que sua família e conhecidos passaram.
Bob Marley ficou conhecido por sua pregação pela paz, do amor e da fé rastafari. Com o reggae, sua figura ultrapassou fronteiras e o sucesso foi imenso. Mas mesmo famoso, a violência em seu país era uma realidade e chega até Marley e sua esposa. Após um atentado, eles saem do país, mas no ano seguinte o cantor icônico decide voltar, pelo povo, para a Jamaica.
One Love merece crédito por fugir um pouco da estrutura convencional de infância à fama, focando num período específico da vida do artista ,intercalando com momentos de flashbacks de momentos específicos da sua infância.
O diretor Reinaldo opta por cercear Bob Marley de diferentes maneiras para manifestar um retrato do que foi o artista em vida, mostrando seus dilemas e dúvidas. Após o evento violento a sua vida, o artista percebe que não pode desvincular a música da política e decide se refugiar na Europa e recalcular suas ações. Esse segmento permeiam a estrutura da trama, onde como diz uma personagem no filme: “às vezes o mensageiro precisa ser a mensagem”.
Porém mesmo fugindo um pouco do óbvio, o longa coincidentemente cai nas armadilhas do gênero e opta por jogar no seguro e simples pra entregar uma história inspiradora, mas que carece de camadas, sendo quase que tópicos a serem seguidos. O atentado a vida de Bob e sua família não tem o devido peso dramático para toda a estrutura que o roteiro e o personagem vêm a passar durante toda a projeção.
Se não fosse sua musicalidade, mensagem e a nostalgia, One Love seria um filme sem alma Rastafari que o cantor passou durante vida.
Momentos estes que enaltecem a grandiosidade de Marley em sua missão de paz e música pelo mundo. Ainda que a atuação de Kingsley seja mais interessante nas sequências intimistas, a produção destas cenas grandiosas são sempre muito bem-vindas.
Aliás, um dos grandes méritos de Bob Marley: One Love é o seu elenco. Ainda que os coadjuvantes não sejam desenvolvidos como mereciam, principalmente quando o assunto é a personagem de Lashana Lynch, o carisma dos atores se sobressai à história. A presença da atriz em cena, inclusive, é constantemente um reforço da ideia de que tudo o que Bob foi é fruto dessa relação – e nem sempre o esforço da mulher era visto pelo músico.
Pra finalizar, Bob Marley: One Love apesar de jogar no seguro, é um retrato sincero da figura que foi o ícone e rei do reggae Bob Marley.