A Cor Púrpura | Nova versão reinventa o clássico com esperança e musicalidade

Danilo de Oliveira
4 Min de Leitura
4.5 Ótimo
Crítica - A Cor Púrpura

Lançado em 1985 e dirigido por Steven Spielberg, A Cor Púrpura se tornou um clássico instantâneo do cinema. Com um elenco repleto de estrelas e atores em ascensão, assim como uma baita direção em um roteiro com fortes temas, a adaptação do livro de Alice Walker, vencedora de um prêmio Pulitzer veio a ser um marco.

Adaptado novamente agora em 2023, mas em um formato musical, o remake explora novamente a intrínseca relação entre duas irmãs sufocadas pelo poder masculino e pela desigualdade social no começo do século XX com uma visão mais esperançosa, mas menos emocionante da história.

Warner Bros/Reprodução

A trama se passa no início do século XX, e as irmãs Celie (Phylicia Pearl Mpasi/Fantasia Barrino) e Nettie (Halle Bailey/Ciara) sobreviviam à brutalidade do Sul dos Estados Unidos com a única coisa que enchia seus corações de vida: a vontade de ser livre. A partir do olhar ingênuo e esperançoso de Celie, a trama percorre cerca de 40 anos na vida da jovem, uma mulher negra, pobre e traumatizada pelos abusos do padrasto sofridos dentro da própria casa.

Mas quando Celie é forçada a se casar com Albert (Colman Domingo), ou Mister, apelido pelo qual ele é conhecido nas redondezas, sua situação piora gradativamente. Violento, o homem enxerga Celie apenas como sua empregada, promovendo uma série de abusos, agressões e sofrimentos físicos e psicológicos à esposa diariamente. Tudo se deteriora ainda mais quando sua irmã Nettie é bruscamente tirada de sua vida, deixando-a sozinha e indefesa na cova dos leões.

Embora a obscura carga dramática de Steven Spielberg em seu clássico de 1985 não esteja presente na mesma proporção, o texto e o drama vivido pelas personagens ainda estão aqui, mesmo que em uma estrutura mais esperançosa e leve com a musicalidade do blues e soul music que embala as incríveis canções do longa.

Warner Bros/Reprodução

Mantendo a essência que tornou o drama original um ícone cinematográfico atemporal, a nova versão de A Cor Púrpura é como estar diante de alguns dos mais belos musicais já feitos devido a suas composições e coreografias musicais que transmite uma epifania incrível nas suas mais de 2 horas de projeção e encanta e emociona o público.

A relação sufocada pela distância e pela injustiça, segue sendo o centro e fio condutor do enredo, algo que tanto o filme de Spielberg quanto o de Bazawule conseguem (re)adaptar para dentro de seus universos particulares.

O longa conta com performances impressionantes do trio de protagonistas – Fantasia Barrino, Taraji P. HensonDanielle Brooks, esta última indicada ao Oscar de Melhor Atriz Coadjuvante por sua interpretação de Sofia, papel que foi de Oprah Winfrey no filme de Spielberg.

Warner Bros/Reprodução

Aliás, Brooks, faz valer a indicação, roubando qualquer atenção quando entra em cena, demonstrando um equilíbrio impressionante em sua performance.

Pra finalizar, o novo A Cor Púrpura reinventa o clássico sem deixar de respeitar o seu material original, trazendo um musical contagiante, esperançoso e uma história não menos emocionante de se assistir.

Crítica - A Cor Púrpura
Ótimo 4.5
Nota Cinesia 4.5 de 5
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