O gênero do terror de tempos em tempos traz novos realizadores e obras que conseguem fazer uma mexida nas fórmulas e até injetar sangue novo a elas.
Em 2023,tivemos revisita a obras clássicas com A Morte do Demônio: A Ascensão e exploração do luto com o terror atual em Fale Comigo.
Lançado ano passado em festivais e apenas chegando nesta quinta-feira (1) no Brasil, O Mal Que Nos Habita,traz uma obra sangrenta que traz novos ares para o popular terror de possessão com um filme que não nos poupa um minuto de momentos perturbadores.
O longa acompanha a história dos irmãos Pedro (Ezequiel Rodríguez) e Jimmy (Demián Salomón) que descobrem que uma infecção demoníaca está se espalhando em uma fazenda próxima, eles tentam expulsar a vítima de suas terras. Ao não aderirem aos ritos adequados de exorcismo, as suas ações imprudentes desencadeiam inadvertidamente uma epidemia de posses em toda a sua comunidade rural. Agora eles devem fugir de um mal invasor que corrompe e mutila todos a quem estão expostos, e contar com a ajuda de um “faxineiro” – que possui as únicas ferramentas que podem deter esta praga sobrenatural.
O diretor argentino Demián Rugna constrói de forma lenta seu universo macabro que não poupa ninguém pelo caminho. O realizador nos guia por tempo o suficiente para compreendermos a história, mas ele está mais interessados em mostrar o tremendo peso emocional de viver nessas circunstâncias do que na explicação de como tudo funciona nos mínimos detalhes. Não precisamos entender em sua totalidade as regras e os erros de se fazer algo equivocado pra conter o demônio, já que tudo é colocado de forma visceral e como eu disse sem poupar ninguém.
Quando eu falei em não poupar ninguém, eu falo sério! As cenas gráficas de gore são impactante e não há nenhuma pessoa a salvo do mal. Animais, crianças, mulheres, todos são reféns do que de macabro está acontecendo naquelas terras, incluindo a platéia. Se você é fraco com cenas envolvendo crianças ou animais muito cuidado!
Apesar de toda essa minha rasgação de seda, há um ponto negativo nessa jornada macabra de Rugna. Por depender bastante de suas regras, o diretor no seu terceiro ato parece não querer operar dentro delas. É uma pena que o que parece se mostrar algo surreal e até subverter por muitos momentos, no final perde força por falta de interesse do próprio realizador nela.
A maquiagem é aplicada de maneira incrível, o uso de próteses e do CGI são feitos de modo muito realista e irá chocar quem assistir. Outro destaque é direção de arte e a trilha sonora que são magnificas, elas fazem o público mergulhar na atmosfera de tensão.
O elenco se sai muito bem e ajuda na imersão da história. Ezequiel Rodríguez (Legions) e Demián Salomón (Cursed Bastards) servem como guias nessa viagem ao inferno e tem atuações seguras.
Pra finalizar O Mal Que Nos Habita é uma obra perturbadora que dá novos ares ao terror de possessão aos nos deixar indefesos diante do mal assim como os personagens.