Jason Statham se especializou em realizar filmes de ação brucutu nos últimos anos se tornando quase uma referência da velha guarda dos anos 80 que tinha astros como Stallone e Schwarzenegger ( tanto que participou da franquia Os Mercenários com essas figuras).
Projetos como Carga Explosiva, Adrenalina e tantos outros o tornaram figurinha carimbada da boa e velha porradaria nas telonas. Beekeeper: Rede de Vingança é sua nova incursão no gênero, agora quase sendo um John Wick mas do modo do ator de ser, onde o tiro, porrada e bomba entretém em um roteiro bem qualquer coisa.
Na trama conhecemos Adam Clay, interpretado por Statham, um apicultor que vive em celeiro alugado na fazenda de uma senhora chamada Eloise, interpretada por Phylicia Rashad (Creed 3). Enquanto ele cuida das abelhas no local, serve como ajudante para a idosa.
Quando sua gentil vizinha vira vítima de um golpe cibernético e comete suicídio, ele decide voltar ao seu passado de ex-agente de um projeto secreto e honrar sua memória da única forma que sabe: caçando cada um dos responsáveis e assassinando-os brutalmente, não importa quais organizações bilionárias e pessoas poderosas corruptas se coloquem em seu caminho. Um CEO moderninho com investimentos criminosos (Josh Hutcherson) está em sua mira, enquanto a filha da falecida vizinha, que calha ser agente do FBI (Emmy Raver-Lampman, de The Umbrella Academy), está em seu encalço.
O roteiro de Kurt Wimmer ( que também já roteirizou e dirigiu alguns projeto como Ultravioleta e Equilibrum) é um colcha de vários filmes de ação em um só! A base é o primeiro John Wick, passando por outros filmes de vingança estrelados por Statham e outros filmes de ação brucutu dos anos 80.
O conceito da organização dos Beekeeper parece ser bem interessante, mas acaba sendo bem vaga no restante da trama. A estrutura apesar de tentar querer pegar emprestado John Wick é capenga e muito bagunçada, com vários personagens tomando decisões bizarras e irritantes.
Ao menos pra compensar todo o equívoco do roteiro temos a ação que apesar de não ser nenhuma da franquia de Keanu Reeves, diverte com Statham no seu habitual de força imparável e descendo o cacete em quem aparecer em seu caminho.
A direção de David Ayer ( do Esquadrão Suicida de 2016) é operacional e se beneficia por ter conhecimento em produções desse estilo e por também não sair da fórmula básica desse tipo de filme.
No elenco não há muito o que destacar aqui. Statham é o seu personagem habitual de inúmeras outras produções e até repetindo frames de suas coreografias de luta. Josh Hutcherson é irritante no seu vilão playbozinho e você só conta os momentos para ele encontrar o protagonista e ter seu destino. Temos também um Jeremy Irons que parece que só está ali pra pagar seus boletos, relevante como é seu personagem aqui.
Beekeeper: Rede de Vingança é o clássico filme de ação que em uma analogia , pode não ser uma abelha africana, mas faz e entrega o mel. Para os amantes do cinema descompromissado a procedência do produto será doce divertindo e entretendo como vários outros projetos do astro, tendo tiro, mel e muita porrada na medida, já pra os que não curtem, esse sabor não será tão doce assim! Vai do gosto do freguês!