Priscilla | Sofia Coppolla traz um conto de fadas as avessas para mostrar a relação da protagonista com o Rei do Rock

Danilo de Oliveira
4 Min de Leitura
3.5 Muito Bom
Crítica - Priscilla

As cinebiografias estão em alta em Hollywood! Se em 2022 conhecemos mais uma adaptação da vida do Rei do Rock, em Elvis de Baz Luzhman, agora iremos conhecer o outro lado da moeda através de sua primeira esposa Priscilla Presley em Priscilla que tem a diretora Sofia Coppolla de volta a direção em um projeto que tem todas suas identidade contidas.

Adaptado do livro “Elvis e Eu”, escrito por Priscilla Presley e Sandra Harmon e publicado em 1985, o longa acompanha Priscilla Ann Beaulieu desde seus 14 anos de idade, quando conheceu Elvis Presley, que já era um homem adulto e uma das maiores celebridades da música na época.

Interpretada pela novata Cailee Spaeny, Priscilla conhece Elvis por intermédio de outro oficial dos Estados Unidos, e logo engata um namoro que terminaria em casamento. É curioso ver como sua vida é marcada por proibições desde a adolescência, quando tinha que obedecer às ordens do pai, até a vida adulta quando teve que abaixar a cabeça para os desmandos do marido.

Mubi/Reprodução

Sofia Coppolla desde os primeiros minutos mostra que seu longa não está aqui para agradar os fãs do cantor, e sim mostrar o ponto de vista pelo olhar de Priscilla no a princípio parece um conto de fadas, mas aos poucos vai se transformando ao ponto que a protagonista amadurece e ver seus sonhos destruídos pelo controle de seu marido.

Coppolla é ousada em nenhum momento não mostrar os excessos e polêmicas do astro do rock, diferente da obra de 2022. Essa ousadia, unida a sutileza de conduzir uma história que inicialmente parece o sonho de qualquer adolescente e suas fanfics se torna um conto de fadas as avessas é perspicaz para obra. Sob os olhos de Priscilla, pouco há para se falar do gênio Elvis, mas muito para se discutir sobre o homem que ali vivia e se negava a crescer.

Porém a obra não está ausente de deslizes e um dos maiores está na estrutura e montagem. Embora seja satisfatório entender o ponto de vista da mulher, a obra de Coppola fica andando em círculos, mostrando uma sucessão de: Elvis bêbado brincando com amigos, Elvis indo embora em turnê, Elvis voltando para casa. Chega um momento que a narrativa se esgota e faz querer uma reviravolta ou mudança de chave pra impactar seu andamento.

Mubi/Reprodução

A Cailen Spaeny faz sua Priscilla com serenidade e leveza de forma perfeita. Ela encontrou a nuance exata para retratar uma adolescente esperançosa, ingênua e apaixonada. Então, a vemos evoluir visualmente, transformando para uma mulher prematuramente adulta, com roupas mais maduras e penteados que não ornam com um rosto tão angelical.

Jacob Elordi comsegue ser imponente em seu Elvis, que mesmo com todas imaturidade do astro, o ator se sai tão bem que é difícil odiar seu personagem.

Pra finalizar, Priscilla é uma visão intimista e até própria claro de sua protagonista e nos mostrar mesmo o que parecia um conto de fadas pode ser tão contemporâneo quanto se pensa.

Crítica - Priscilla
Muito Bom 3.5
Nota Cinesia 3.5 de 5
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