O chocolateiro mais famoso do cinema está de volta! Willy Wonka ganha uma nova roupagem para as telonas focado em suas origens e indo na contramão das adaptações protagonizada por Gene Wilder e Johnny Depp, trazendo uma visão única e otimista do personagem.
Na adaptação protagonizada por Timothe Chamalet e dirigida por Paul King ( Paxdginton) ganha uma aventura leve, divertida e gostosa como um delicioso chocolate.
Contada em forma de musical, a história acompanha Wonka terminando uma viagem em alto-mar e chegando à Galeria Gourmet, lugar onde sempre sonhou abrir sua loja para vender doces. Acontece que, para isso dar certo, ele precisa enfrentar a fúria de três magnatas do chocolate que estão dispostos a fazer tudo para não perderem dinheiro e clientes. Como se já não bastasse, Wonka, que nessa adaptação é muito mais herói do que a figura ambígua do conto clássico, ainda comete o erro de se hospedar na pousada da trambiqueira Srta. Scrubit, uma mulher asquerosa vivida brilhantemente por Colman.
Lá, ele descobre que praticamente vendeu sua alma ao diabo e que terá que trabalhar na lavanderia do local para pagar sua dívida. É a partir daí que ele conhece outras pessoas que também estão na mesma situação. A primeira é Noodle (Calah Lane), uma pobre menina órfã que se torna a sua fiel escudeira, e o restante é composto por um contador (Jim Carter), um comediante sem graça (Rich Fulcher), uma telefonista (Rakhee Thakrar) e uma mecânica (Natasha Rothwell).
Juntos, eles ajudam o inventor maluco de chocolates a sair dessa enrascada e, claro, se salvam também.
O roteiro da obra é simples e sem firulas, e se mantém fiel àquilo que propõe e nos convida a uma jornada de esperança que presta homenagens a inúmeros títulos bastante conhecidos pelos fãs do cinema e inclusive pelos amantes de teatro musical, trazendo aquela magia gostosa de filmes de fantasia de outrora, em muitos momentos lembra muito as obras da Disney do passado.
Auxiliado por números musicais muito divertidos e uma nostalgia cênica apaixonante, o longa mergulha de forma efetiva na história de sonhos do personagem. Aliás as músicas e coreografias são ótimas e grudentas e tem um capricho genuíno do diretor que com isso faz várias menções a obras do cinema.
A direção de King remete bem a sua filmografia, com um estilo leve e gostoso de se ver, repleto de cores vibrantes e um apuro técnico incrível, principalmente nas partes musicais.
O elenco sabe desfrutar bem dessa essência do diretor, entregando um trabalho de alto nível. Chamalet está ótimo no papel do excêntrico chocolateiro, preferindo manter o misticismo acerca do personagem do que trazer uma releitura das outras encarnações anteriores do mesmo.
Hugh Grant fornece camadas inesperadas ao Oompa-Loompa, que vem a se tornar um dos ajudantes de Wonka na fábrica. Olívia Colman, por sua vez, rouba a cena como uma vilã odiosa que mostra só mais uma vez sua versatilidade em papéis diferentes com destreza habitual.
Pegando nessa vibe vilanesca, temos Keegan Michael-Key como o Chefe de Polícia e Paterson Joseph como Arthur Slugworth (um dos magnatas do chocolate), ambos funcionando como escapes cômicos e vilões à sua própria maneira.
Pra finalizar, Wonka entrega um filme leve, divertido, com musicalidade genuína e gostoso como um bom e delicioso chocolate.