Os Transformers estão de volta! Optimus Prime e cia estão em mais uma aventura pela sétima vez em pouco menos de 20 anos, mostrando a longevidade da sua franquia e manter o interesse do público, além de restabelecer o prestígio perdido após as várias sequências realizadas pelo diretor Michael Bay.
Aliás, Despertar das Feras continua os eventos de Bumblebee que rebotou a séries de filmes trazendo uma aventura menos megalomaníaca em seu escopo de ação (mas temos cenas grandiosas do gênero), e entregando essencialmente uma aventura escapista trazendo um pouco mais da mitologia dos personagens e seus visuais mais oitentistas.
Ambientado nos anos 1990, o filme leva o público a uma aventura global cheia de ação, enquanto os Maximals, Predacons e Terrorcons se juntam à batalha entre os Autobots e Decepticons na Terra. Noah (Anthony Ramos), um jovem astuto do Brooklyn, e Elena (Dominique Fishback), uma ambiciosa e talentosa pesquisadora de artefatos, são arrastados para o conflito enquanto Optimus Prime e sua trupe enfrentam Scourge, um terrível novo inimigo empenhado em sua destruição, a mando do terrível Unicron (uma espécie de Galactus da Marvel só que do Universo de Transformers).
Aqui no novo filme, o longa foca novamente em algo que a franquia havia se perdido nos filmes de Bay e que essencialmente foi recuperado em Bumblebee e que virou o respiro para continuar: a relação humano e máquina. Se no primeiro filme de 2007, era o jovem em busca do seu primeiro carro que se conecta com uma figura alienígena, isso foi diluído intermináveis cenas de ação que minaram dessa relação a apenas robôs que viram carros trocam porradas com outros, em Bumblebee a relação da jovem vivida por Haille Stenfield com o robô amarelo trazia um ar nostálgico tanto oitentistas como até a própria franquia em sua série animada da mesma época.
Trazendo aqui mesmo com altos e baixos essa estrutura de relacionamento entre humanos e aliens é que Despertar das Feras tem um dos bons trunfos. O Noah, do Anthony Ramos, um típico jovem de origem latina vivendo nos Estados Unidos em meados dos anos 1990. Ele tem um irmão mais novo com uma doença crônica e sua mãe, e tenta ganhar a vida como pode pra bancar a saúde dele. Ao ser frustado em sua entrevista de emprego, meio que por impulso ele se envolve em um roubo onde acaba conhecendo Mirage, um Autobots disfarçado na terra que acaba criando um vínculo com ele durante uma perseguição e ele acaba sendo envolvido na missão dos robôs. A química dele com Mirage acaba se tornando o coração do longa.
Também temos a personagem Elena da atriz Dominique Fishback, que se junta a aventura após se cruzar com Noah e os Autobots em tentar recuperar um artefato que está no museu em que ela trabalha. Ela se torna o cérebro da nova e disfuncional equipe.
Porém mesmo que essas interações e os terráqueos possam trazer um pouco de carisma à narrativa, não salvam completamente esta aventura: o drama familiar de Noah fica de lado, o desenvolvimento de Elena é subjugado pela sua função na trama e a estrutura da história soa extremamente repetitiva em um sétimo capítulo, isso ainda traz foco para a jornada de Optimus em mostrar como o líder dos Autobots se tornou mais afeiçoado aos humanos e vê-lo como iguais não fica muito bem trabalhada da forma como o ritmo do filme corre.
Se por esse detalhes não se acertam bem, por outro o longa dirigido por Steve Caple Jr.( Que faz um bom trabalho sem inventar ou ter uma identidade própria) consegue entreter e entrega boas cenas de ação e a inclusão dos Maximals a franquia é bem positiva, não sendo como foi os Dinobots em A Era da Extinção.
Os animais robóticos tem seu propósito bem colocado na trama e também traz um ar nostálgico ao público que assistiu Beast Wars.
Aliás a cena do terceiro ato é incrível, cheio de ação acontecendo por vários cantos mais todas muitos fáceis de acompanhar sem aquela bagunça visual que os longas do Michael Bay foi criando. Aqui a cena até lembra um pouco Vingadores pelo jeito como ela é montada e a nostalgia também é bem colocada aqui.
Transformers: O Despertar das Feras, não é nada revolucionário tanto na franquia como no cinema, mas entrega uma aventura divertida, repleta de ação e coração como um gostoso blockbuster faz.
E não saia da sala logo pois há uma cena no meio dos créditos (há uma que entra logo após o filme terminar que mostra um rumo incrível que a franquia pode tomar e que ninguém espera!).