Nos últimos anos com o sucesso da nada memorável trilogia Cinquenta Tons de Cinzas, as adaptações literárias softporn ( ou aqui Young Adult) ganhou um certo gosto nas telonas.
De algumas desprezíveis como 365 Dias, pra algumas teen como After, a tendência por temáticas românticas com pitadas mais calientes ficou em alta e tem atraído um público com isso.
Adaptado do romance “Beautiful Disaster“, escrito pela norte-americana Jamie McGuire e publicado em 2011, Belo Desastre é a nova aposta do gênero. Trazendo um elenco jovem, uma dupla de protagonista bem opostos mas que apaixonam e se relacionam de forma tórrida, a adaptação que tem como produtores os mesmos da franquia After, ao menos acerta onde a outra pecou: sabe não se levar a sério, e se tornar uma divertida comédia romântica onde a química de seus protagonistas agrada e gera bons momentos pra o público fã desse estilo de produção e fãs dos livros.
O filme nos apresenta Abby Abernathy, uma jovem que chega na cidade para iniciar a faculdade. Ela vê uma grande chance de recomeçar a vida longe de qualquer problema, especialmente do seu pai, uma vez que o passado e sua relação com ele são carregados de segredos.
Com a ajuda da amiga America e do namorado Shepley, Abby começa a se adaptar ao lugar e as pessoas. Mas logo de cara, ela é levada para assistir a uma luta, e neste momento, ela conhece Travis ‘Cachorro Louco’ Maddox, um bad boy que divide a rotina com encontros e lutas clandestinas. Imediatamente, Travis se vê encantado por Abby, enquanto a própria tenta fugir das investidas do rapaz.
Intrigado com a resistência de Abby e cada vez mais envolvido, Travis propõe uma deliciosa aposta: se perder a próxima luta, ele ficará sem fazer sexo por um mês; se ele ganhar, Abby deve morar com ele – que divide o apartamento com Shepley e America – pelo mesmo período de tempo. Bom, sabemos no que isso vai dar, né? Assim, à medida que Travis fica mais íntimo de Abby, mais mistérios ele descobre sobre a vida da garota, e mais certeza ele tem de que está se apaixonando por ela
Tenho que falar que a história basicamente é um jogo de gato e rato, de onde a garota se interessa pelo bad boy mas quer fazer a difícil que várias e várias comedias já se utilizaram de forma até melhor, mas como eu disse acima, a abordagem aqui sem se levar sério é a chave pra contornar os problemas e tornar a sessão descontraída.
Essas interações de hilárias só são possíveis devido a química de Travis e Abby ser gigantesca e palpável na tela, uma vez que o filme se escora muito mais no sensual do que, de fato, em cenas de sexo. Há mais cenas hot entre eles, na qual o prazer e o tesão falam mais alto, do que o ato em si. Belo Desastre acerta em cheio neste quesito, mesclando os ótimos alívios cômicos que fará o espectador dar risada, seja de diversão, certo constrangimento ou por ver algo sensual.
Existem em seu roteiro uma temática mais séria diante da Abby, mas tudo que aborda algo mais sério, ou é feito de forma rasa ou resolvido de forma fácil e ok. Isso dilui um pouco do conteúdo do filme, que poderia ser melhor colocado, mas o não se levar a sério é ao mesmo tempo seu grande acerto e calcanhar de Aquiles.
Belo Desastre consegue a proeza que After não conseguiu. Ao não se levar a sério, a produção consegue divertir com uma história simples, com jovens se pegando em cenas tórrida e com mais foco no sensual que no sexo em si. Não é perfeito, mas mesmo com seus inúmeros furos de roteiro sai com saldo positivo, principalmente para os fãs da obra ou quem curte o gênero.
