Desejo Proibido | Novo filme dos criadores de 365 dias traz drama razoável e erotização sem sal

Danilo de Oliveira
4 Min de Leitura

Tomasz Mandes, é um cineasta com bastante controvérsias com seus recentes projetos. E digo controvérsias no sentido pior da palavra, porque a trilogia 365 dias apesar do relativo sucesso na Netflix é um piores exemplos de não fazer no cinema nos últimos anos.

Polemizada pela “picantes” cenas de sexo e um roteiro chulo envolvendo síndrome de Estocolmo entre outras coisas além de quase ser um video clipe erótico, os longas catapultaram o diretor polonês e aqui a Paris Filmes traz seu novo projeto Desejo Proibido, um filme com bastante cenas sensuais e um drama pra embalar seu experiência. Bom, é evolução comparado a barbárie de 365 dias,mas não nada de mais já visto várias e várias vezes e com tempero melhor.

O longa acompanha Olga (Magdalena Boczarska), uma juíza respeitada, mas que vive à sombra das ordens da mãe e dos caprichos da filha Maya (Katarzyna Sawczuk). Um dia, em um dos casos que está julgando, ela conhece o sedutor italiano Maks (Simone Susinna), um homem 15 anos mais novo que faz de tudo para seduzi-la.

Paris Filmes/Reprodução

Para deixar a situação ainda mais embaraçosa, a vertente adicionada ao filme de Tomasz Mandes é que Max estava namorando a filha de Olga, Maya (Katarzyna Sawczuk). O relacionamento familiar deles já está tenso, mas a jovem explode quando descobre a situação e ao invés de conversar com a mãe, ela decide separar os dois.

O roteiro constrói a relação dos dois totalmente baseada no sexo e em como eles têm afinidade na cama. Mas, para além disso, tenta mostrar como ambos se completam de certo modo, mesmo com as diferenças financeiras e sociais. O problema é que isso basicamente não é feito com certa coesão, tudo é feito de qualquer jeito pra nos apresentar logo a muito sexo,onde peitos e bundas tomam a tela tentar tirar o foco sem pé nem cabeça da estrutura da sua história.

Não ajuda também o fato de Maya ser retratada como uma jovem adulta problemática que faz de tudo para ferir a mãe. Não faz muito sentido e acaba fazendo a trama quase uma novela mexicana onde as cenas picantes são sua válvula de escape.

Paris Filmes/Reprodução

Se tem uma coisa que eu posso realmente trazer de positivo de Desejo Proibido está no drama da sua protagonista. Ao contrário de 365 dias onde era uma vergonhosa involução por parte da sua personagem principal, aqui a trama não é sobre um novo casal transando em todo e qualquer lugar, mas sim sobre uma mulher de mais de 50 anos que mesmo derrotada pelo luto do marido, pelas ordens da mãe e pela birra da filha, consegue se reerguer, entender o seu próprio desejo e se abrir para vida.

Mesmo com mais de 50 anos, Olga, pode se apaixonar, ser amada, transar e se sentir bem consigo mesmo e seu corpo e Boczarska consegue passar isso muito bem em tela.

Pra finalizar, Desejo Proibido tem até um drama interessante que poderia ser melhor explorado se soubesse trazer melhor foco a sua história e não pra suas cenas de sexo. Uma pena, mas Tomaz ainda você precisa de tempero pra ser cineasta de qualidade.

 

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