Não há dúvida que John Wick redefiniu a maneira de fazer cinema de ação. Não falo como conceito, história e personagens, até porque isso já foi visto há muito tempo principalmente nos anos 80, mas no jeito como filma e elabora cenas de ação.
O diretor Chad Stahelski e David Leitch saido do mundo dos dublês e sendo coordenadores de cenas de ação em Hollywood trouxeram suas bases e com um roteiro simples e hábil focado em seu protagonista monossílabo construíram uma franquia que a cada filme evolui e talvez atinga seu ápice com Baba Yaga.
Na trama, o assassino profissional John Wick (Keanu Reeves) agora virou metade do submundo contra ele com sua vingança, que agora está entrando em sua quarta rodada em Nova York, Berlim, Paris e Osaka. Sua equipe, composta por Bowery King (Laurence Fishburne), o gerente do hotel Winston (Ian McShane) e o concierge Charon (Lance Reddick) do lendário hotel assassino Continental, novamente fazem parte da festa. No entanto, as chances de escapar desta vez parecem quase impossíveis, pois o maior inimigo está surgindo. O implacável chefe do submundo Marquis de Gramont (Bill Skarsgård), que tem alianças inteiras atrás dele, representa a maior e sanguinária ameaça até hoje. Mas seus capangas também são durões, incluindo Shimazu (Hiroyuki Sanada) e Killa (Scott Adkins) localizados. Felizmente, existem velhos aliados como Caine (Donnie Yen) que correm para ajudar Wick. Não há caminho de volta, só um sobrevive.
O roteiro aqui como já visto anteriormente é bem simples, mas novamente acerta e expande o Universo da franquia, ao mesmo tempo que trabalha na mitologia que vem sendo construída ao longo dos anos com esses filmes e ainda consegue entregar novos, e empolgantes, personagens ao mesmo tempo que apresenta novas ameaças e aliados para o assassino que bota o terror nos outros assassinos: nosso Baba Yaga.
O novo filme da franquia explora ainda mais as consequência da vingança que o personagem vivido por Keanu Reeves vem promovendo por três capítulos contra a alta cúpula. Tudo aqui em termos de escopo, de lugares visitados, e ameaças enfrentadas são maiores, onde a trama coloca finalmente John Wick contra oponentes que realmente criam uma sensação de ameaça muito maior e perigosa do que já tivemos até então.
O protagonista já está cansado, mas se mantém implacável em sua fagulha de esperança de ser livre dessa vida de matança e isso claro só pode ser conseguido depois de muitas e muitas pilhas de corpos sendo feitas das mais inúmeras maneiras.
Sim, Chad Stahelski nos traz quase 3 horas de ação incessante ao redor do globo, e pasmem: ele junto de Reeves e sua equipe consegue fazer o que foi realizado nos três filmes anteriores um aquecimento para o que vêm agora! É espantoso como cada sequência de ação tem uma variedade insana, cada uma se diferenciando da outra e como o diretor é hábil em conduzi-las de maneira impressionante! Sério, cada espectador vai ter a sua preferida e vai se perguntar como ela foi realizada, tamanho são impressionantes e diferentes! É um novo nível de se fazer ação! Perseguição a cavalo, brigas de katana e armas de fogo em Tóquio, tiroteio e lutas em meio ao trânsito no Arco do Triunfo em Paris, um plano sequência isométrico de ação em um prédio são alguns exemplos das muitas maneiras de sequências que você verá! Coloque isso aliada a fotografia de Dan Lausten (o mesmo dos dois filmes da franquia e de O Beco do Pesadelo e A Forma da Água) e temos uma estética neon e ao memsmo tempo bela desse mundo repleto de matança e exageros. Uma adentro que dou é que quem não tão fã de ação incessante pode se cansar um pouco, já que o longa cria pequenos “saves point” para respirar e preparar para o próximo momento que adianto tem seu tempo necessário pra ocorrer.
O elenco de apoio não decepciona e ganha ótimos nomes como Hiroyuki Sanada que traz um de sabedoria e imponência como o ator sabe fazer. A sua conselheira e concierge Akira (Rina Sawayama) apesar do pouco tempo consegue se destacar brilhantemente no longa. Claro que Wiston ( Ian McShane) está de volta com sua classe de sempre! Bill Skarsgårdar, nosso Pennywise é o vilão da vez embora se apresente aqui como uma figura um tanto caricata ele faz seu jeito ardiloso ser uma pedra no sapato de Wick durante o longa. Mas o destaque aqui com certeza é pra Donnie Yen e seu Caine. O astro chinês, um dos melhores artistas marciais foi a melhor adição ao universo da franquia. Carismático e implacável, Yen confere camadas ao personagem que é cego e ainda sim é mortal! Sua relação com John de Reeves é de muito respeito genuino. Claro, Reeves nem preciso dizer que mesmo falando menos que nos anteriores ele continua incorporando a presença imponente do seu implacável protagonista.
John Wick 4: Baba Yaga é o que chamamos no cinema de maior e melhor na sua franquia. Com uma ação fora de série, cenários inventivos e um ritmo incessante por quase 3 horas de duração, o novo capítulo não desponta e entrega um novo patamar para o cinema de ação, com sequências que com certeza já estão na história do gênero.
Obs: Fique até o fim dos créditos, pois há uma cena!