Filmes de exorcismo não são uma novidade no cinema. Depois do clássico O Exorcista aterrorizou o público, sempre de tempos em tempos temos uma nova produção que tenta emular ou trazer algo sobre a temática, infelizmente muitos não tem o mesmo êxito e dá até pra contar nos dedos quantas se saem bem.
A Luz do Demônio é a nova produção que tenta a vez com a temática nas telonas. Trazendo uma nova perspectiva sobre o exorcismo, a produção acaba caindo na previsibilidade do gênero e entrega um resultado aquém do merecia.
A trama segue Anne (Jacqueline Byers), uma freira com um passado conturbado que sonha em se tornar uma exorcista após ter encontros com o Diabo em sua infância. Annie sabe que não pode realizar exorcismos, mas vê uma brecha e exclusividade para estudar a vertente através da ajuda do experiente Padre Quinn (Colin Salmon). Mesmo com algumas questões delicadas, Annie consegue participar de cerimonias, mas acaba sempre esbarrando na entidade que a atormenta desde pequena. Demônio que agora está no corpo da pequena Natalie (Posy Taylor), do qual Annie se apega rapidamente e passa a tratá-la com dedicação materna.
A história do filme é até interessante, ao abordar o fato de que a possessão demoníaca é quase sempre a explicação de uma pessoa supersticiosa para uma profunda doença mental ou física e os horrores das práticas anteriores da Igreja Católica. Ao que podemos considerar como o lado mais científico por trás do exorcismo. O roteiro é simples, o problema é tudo é mal explorado e pouco aprofundado. Junte isso ao recurso mais piegas do cinema de terror que são os jumpscares pré-programados e até a boa crítica ao trazer uma mulher exorcista, algo que até hoje a igreja não permite vai por água abaixo em uma sucessão de previsibilidade.
O cineasta alemão Daniel Stamm que realizou o mediano O Último Exorcismo aqui parece seguir a cartilha dos realizadores padrão do gênero. A fotografia escura para disfarçar o CGi em muitos momentos problemáticos até ajuda a camuflar algumas coisas, mas no geral o saldo não é bom!
O elenco tenta fazer o que pode com o que tem. Jacqueline Byers tem um protagonismo bem prejudicado por sua personagem não ter o carisma necessário para o que o filme exige. Colin Salmon confere imponência, sabedoria e verdade à função de exorcista para seu personagem. Um destaque interessante está em Posy Taylor que em um papel carregado consegue entregar bem, mesmo que já pareça algo padrão de personagem possuídos.
No geral A Luz do Demônio explora de forma previsível o exorcismo científico e termina sendo mais um exemplo do terror de shopping que eu menciono sempre. Um filme que apela mais para os sustos baratos que para entregar um roteiro bem executado.