Filmes de sobrevivência não são uma novidade em Hollywood que de tempos em tempos adora colocar seres humanos em situações de extremo perigo em meio a animais ameaçadores. Se há algum tivemos um ótimo Predadores Assassinos que trazia crocodilos, agora a A Fera traz um leão e a savana africana como empecilho.
Na trama, um pai (Idris Elba) e suas filhas viajam para um Safari na África para ajudar a estreitar os laços após a morte da mãe delas abalar toda a dinâmica familiar. Ao chegarem ao local, descobrem que existe uma fera caçando os habitantes e caçadores locais, obrigando assim o pai a proteger sua família de um animal perigoso.
A Fera traz em sua premissa a simplicidade para tecer inicialmente um drama de conciliação familiar. O trauma que a perda da mãe fez na família gera na inquietude das ações das filhas em relação ao pai, que busca na viagem conseguir forças para remendar os laços estremecidos. O problema está na sua segunda metade que é demasiadamente mirabolante e peca extremamente pelo exagero, principalmente seu antagonista ,um leão que é um sobrevivente da caça ilegal e, que vê todos os humanos como inimigos e deseja vingança…
O roteiro consegue inicialmente desenvolver bem a premissa e seus conceitos, além de sua boa tensão, o problema é que depois tudo é muito exagerado e suas regras escanteadas quando lhe convêm.
A direção Baltasar Kormákur consegue implementar sequências sem cortes bastante interessantes, boas ambientações para os personagens, além de trabalhar muito bem os enquadramentos mais fechados para focar no desespero dos personagens dentro dos ambientes mais fechados o que confere cenas algumas vezes bem tensas.
A fotografia consegue conduzir muito bem tudo isso com a dinâmica sequencial do diretor, formatando bem o uso da luz natural e da falta de luz quando partimos para o cenário noturno, além de dispor bem das belíssimas paisagens.
Outro a ser destacado é o trabalho de CGi. Nos momentos de ataque o leão criado se mostra bem executados. O problema é que no terceiro ato quando o filme peca pro exagero, o CGi decai e gera uma cena incrivelmente tosca, visto que era pra ser impactante.
Idris Elba é o maior destaque do longa no quesito atuação, mesmo não sendo tão exigido dramaticamente. Nas cenas de ação, como já fez em outras vezes ele se mostra muito bem. Outra que podemos destacar é Leah Jeffries a futura Annabeth da série de Percy Jackson que consegue se sair bem dentro da sua personagem.
Pra finalizar, A Fera entrega um simples suspense de sobrevivência que até entrega bem sua premissa, mas acaba escorregando pelo seu exagero. No geral é a tipica produção que não tenta inventar e entrega sua tensão por 90 min de forma básica.