Trazido pela Paris Filmes aos cinemas nacionais, A Hora do Desespero pode até soar um terror pelo seu titulo, mas a abordagem do novo filme protagonizado por Naomi Watts traz no suspense um tema bem atual principalmente nos EUA: Os tiroteios e massacre escolares.
Porém, se a ideia é muito boa, o longa de Phillip Noyce (Salt) se utiliza de um apelativo drama para tentar sentimentalizar seu publico, o que acaba sendo um tanto decepcionante em seu resultado final.
Na trama, uma mãe recentemente viúva, Amy Carr (Naomi), está fazendo o possível para restaurar a normalidade na vida de sua filha e de seu filho adolescente. Porém, durante sua corrida matinal na floresta, ela encontra sua cidade no caos quando um tiroteio ocorre na escola de seu filho. A pé e longe de qualquer civilização, Amy corre desesperadamente contra o tempo para salvá-lo. Mas sem sinal e com poucas informações que conseguiu no caminho, Amy se vê em um dilema de mãe: Seria meu filho um assassino ou vítima dentro de sua própria escola?
O roteiro apesar de sua temática um tanto forte nem se prende tanto a ela, uma vez que tudo em sua maioria é colocado somente em sua superfície, focando mais no desespero da protagonista vivida por Watts. Todo o roteiro depende da atuação de Watts para funcionar, já que a audiência só tem ela para embarcar junto na jornada. Felizmente Watts aguenta o tranco e entrega um trabalho muito real. Ela tangencia o desespero, alívio, angústia e ansiedade que, sendo nessa ou em qualquer outra situação, fazem parte do que é ser mãe.
Com isso todo os grandes momentos e debates que poderiam ser levantados sobre o tema são sacrificados em prol de sustentar uma narrativa coerente, mas acaba apelando em demasia para um sentimentalismo barato.
A Hora do Desespero até tem boas intenções mas que são prejudicadas por uma precária execução que acredita que uma mensagem de paz e empatia seja o suficiente para compensar seu publico.