Uncharted adapta famoso game com uma despretensiosa e divertida aventura de caça ao tesouro

Danilo de Oliveira
5 Min de Leitura
Sony Pictures/Reprodução

Chega a ser redundante falar que toda estreia de uma adaptação de game é vista com um misto de receio e empolgação. São poucas que conseguem entregar o material adaptado com qualidade (as séries da Netflix conseguiram os melhores resultados até então) e essa desconfiança é nítida.

Depois de mais de 10 anos desde de seu anuncio, a adaptação do famoso game Uncharted ganha vida nas telonas e olha entrega uma aventura divertida e despretensiosa de caça ao tesouro que insere personagens e momentos dos games com uma historia inédita para abraçar o publico mais casual e claro, se utilizando do carisma de Tom Holland para se estabelecer.

Na trama, acompanhamos Nathan Drake (Tom Holland), um rapaz apaixonado por história por conta do irmão mais velho e que, no momento, vive de pequenos golpes. Sua vida vira de cabeça para baixo, porém, quando ele cruza o caminho de Victor (Mark Wahlberg), um homem que quer roubar uma cruz, que será vendida num leilão, e pode abrir o tesouro de Fernão de Magalhães.

Sony Pictures/Reprodução

A partir daí, começa uma verdadeira mistura de Indiana Jones com qualquer outra história de Dan Brown e A Lenda do Tesouro Perdido. Afinal, há a aventura de buscar esse tesouro escondido, enquanto o roteiro de Rafe Judkins (A Roda do Tempo), Art Marcum (Homem de Ferro) e Matt Holloway (MIB: Homens de Preto – Internacional) brinca com teorias da conspiração e tramas histórias rocambolescas.

O enredo como eu disse acima não se baseia em nenhum game da franquia, sendo assim como fez outro sucesso dos games para cinema, Sonic cria uma prequel dos jogos para estabelecer o Nathan Drake do Tom Holland que seria um Nathan antes de ser o Nathan que conhecemos nos games do Playstation. E isso acaba sendo um grande merito, porque invés de tentar adaptar fielmente os jogos, o roteiro usa elementos dos games como blocos para construir uma narrativa original, mais adequada para a linguagem de cinema que atrair o publico que não conhece a franquia nos videogames e até abre possibilidades de conhece-la.

Não há qualquer sopro de novidade aqui, tampouco uma direção ousada de Ruben Fleischer (Zumbilândia) que aqui traz boas cenas de ação e bom usos dos efeitos especias. Uncharted: Fora do Mapa segue o arroz com feijão do gênero para entregar um resultado satisfatório. E isso funciona: as quase duas horas passam voando, com essa mistura de aventura, ação e comédia, com vilões (Antonio Banderas, Tati Gabrielle) caricatos, mas funcionais.

Sony Pictures/Reprodução

Todas as marcas registradas dos jogos estão aqui: os famosos puzzles – cujas soluções são previsíveis e fáceis demais, mas relevamos por se tratar de um filme leve, “para toda a família” –, o parkour e as escaladas de Drake, tão ligeiro quanto nos jogos, e muitas reviravoltas (não dá para saber em quem confiar), claro tudo bem desenhado pelo roteiro funcional.

E se a escolha de Holland e Wahlberg como Drake e Sully  levantou suspeitas, calma: o que importa é que a química entre os dois funciona muito bem. Se por um lado a carinha de eterno jovem do atual Peter Parker seja um problema, sua carisma compensa e ele entrega um Nathan enérgico e que carrega alguns trajeitos do protagonista dos games da franquia. Já Wahlberg mesmo ainda sem o bigode famoso do Sully convence com um mentor malandro e junto de Holland criam divertidos momentos.

Uncharted: Fora do Mapa entrega uma trama leve, descompromissada e cheia de reviravoltas. A química da dupla principal, Drake (Holland) e Sully (Wahlberg) funciona perfeitamente bem e conduz esta, que tem tudo para ser uma nova franquia de filmes inspirados em jogos. Parece que Hollywood começa a dar sinais de aprender a adaptar um game. Tomara!

*Há duas cenas durante os créditos.

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