Filmes de terror que abordam exorcismo são bem comuns no gênero. Desde de que o clássico de William Friedkin chegou e assustou plateias pelo mundo e ainda hoje é reverenciado que obras com essa temática tentam seus momentos de fama em replicar algo dele. São bem poucos que conseguem esse êxito.
A nova bola da vez Exorcismo Sagrado tenta trazer uma ideia nova, mas se afunda nos clichês mais rasos do gênero e acaba sendo mais um exemplar tentando seus 15 minutos de fama.
Na trama, o padre Peter (Will Beinbrink) se encontra em uma situação difícil quando está frente a frente de uma garota possuída, seu mentor não chegará em tempo para realizar o exorcismo antes do corpo de Magali (Irán Castillo) sucumbir e então, resolve performar o ritual sozinho, mesmo não tendo acabado o seu treinamento. Após 18 anos desse dia, o padre é o responsável por uma comunidade carente no México, sendo tratado como homem santo, mas escondendo o seu sacrilégio durante todo esse tempo. Com pesadelos que ocorrem todas as noites, o padre é convocado para visitar uma detenta no presídio que está sob suspeita de estar possuída e será preciso enfrentar não só os seus pecados, mas o seu passado também.
Partindo de um lugar-comum com diversos outros filmes do gênero, consegue ser consistente em sua história, mesmo que não existam grandes surpresas ou reviravoltas. Mostrar que todas as pessoas, até mesmo as que estão na igreja são suscetíveis a possessão e fraquejar é muito boa, o problema é a condução disso tudo durante o seu desenvolvimento.
Traumas e dramas vividos pelos personagens em filmes desse gênero são construídos e enfrentados de forma orgânica dentro do roteiro, aqui infelizmente tudo é trabalhado através do recurso mais simplório: os jump-scares. Há todo momento o padre é confrontado com seu passado obscuro e precisa acontecer uma cena com uma entidade ou algo pra criar o susto gratuito! Sem falar que durante seu segundo e terceiro ato, o longa fazendo questão de sua seriedade não sabe como desenvolver sua trama sem apelar para esses recursos e acaba virando mais um exemplar de horror como já vimos, isso sem falar em alguns diálogos um tanto problemáticos em seu treceiro ato. No final mesmo com seu plot twist diferente e sua corajosa crítica as entidades religiosas não são bem capturadas, já que o roteiro é focado em referencias a clássicos do gênero e não sabe estruturar suas ideias.
O diretor Alejandro Hidalgo, em seu segundo longa faz até um trabalho ok atrás das câmeras, utilizando bem as regras que o gênero tem e conseguindo junto de sua produção a extrair do baixo orçamento (pouco mais de US$ 1,3 milhões) cenas de terror utilizando efeitos práticos e boa fotografia e locações. Contudo nos momentos em que apela para o CGi, ai gera momentos de vergonha alheia ao invés de sustos.
Exorcismo Sagrado não é de todo ruim, apenas é só mais um exemplar genérico de sub-gênero do terror que não consegue extrair novidades e apenas copiar seu maior clássico! Sua ideia é até interessante mas eclipsada por sua sucessão de susto gratuitos. Apenas mais uma opção para os fãs do gênero e nada mais.