Conhecido por filmes como Independence Day, 2012, O Dia Depois de Amanhã entre outros o diretor alemão Roland Emmerich se especializou nesse gênero catástrofe e sempre marcou seu trabalho em Hollywood por meio deles. Moonfall: Ameaça Lunar não seria diferente de sua filmografia e traz todos os clichês desse gênero em um longa que diverte apesar da sua previsibilidade e problemas na estrutura de seu roteiro.
Moonfall mostra uma força misteriosa que tira a Lua de sua órbita e a coloca em rota de colisão com a Terra. Poucas semanas antes do impacto e com a humanidade à beira da aniquilação, a ex-astronauta da NASA Jo Fowler (Halle Berry) está convencida de que tem a resposta para salvar o planeta, mas apenas um colega do passado, o astronauta Brian Harper (Patrick Wilson), e o teorista K.C. Houseman (John Bradley), acreditam nela. Os improváveis heróis correm contra o tempo para montar uma missão ao espaço, mas lá descobrem que a Lua não é o que parece.
É engraçado que Emmerich em entrevistas de divulgação de Moonfall criticou os filmes de super-herói como sendo mais do mesmo. Essas declarações chegam a ser irônicas, após assistimos seu novo projeto. Aqui, tudo que o diretor já fez anteriormente se repete, sendo mais do mesmo. A jornada do herói incompreendido porém a ultima esperança da humanidade, um grande evento de proporções apocalípticas, a união da humanidade pelo um bem maior, efeitos visuais decentes e o sacrifício pelo bem do norte-americano. Acho que você já viu em outros locais anteriormente né?
Felizmente, o longa tem uma equipe experiente que sabe da sua receita de bolo pronta e entende como usar ela ao seu favor. Emmerich constrói a trama a partir de recursos que utilizou indiscriminadamente antes e usa eles de forma autoconsciente para que seus chavões não seja um entrave na imersão. O diretor sempre se utilizou da parte esperançosa da ficção, sendo quase um peixe fora d’água hoje, diante de realizadores como Adam McKay ou Charlie Brooker de Não Olhe Para Cima e Black Mirror respectivamente. E faz todo sentido resgatar e até brincar com teorias de conspiração, desconfiança nas autoridades e até um pouco de horror cósmico nesse caminho, chega a ser um manifesto de que a ficção pode focar de vez em quando na diversão e no escapismo.
Essa autoconsciência dá a Moonfall a coragem de mergulhar na galhofa e escapismo sem ter um pingo de vergonha. A história conta com boas doses de pseudociência, teorias malucas, soluções milagrosas e frases de efeito ao ponto de, por vezes, você rir de vergonha alheia. A mistura com certeza traz uma situação divisiva para a produção podendo irritar o espectador menos disposto a aceitar esses momentos absurdos. As explicações estão ali mas estão para uma solução de roteiro e pronto, no melhor estilo Velozes e Furiosos.
Sabendo disso, se você abraçar os absurdos e exageros da trama, sua experiência com o filme será de puro entretenimento, do contrario serão duas horas de raiva e desgosto. A grande estrela aqui é o espetáculo do desastre, o discurso do longa não é seu grande forte.
As cenas de destruição é um show a parte, sendo grandiosas, constantes e como são desse estilo de produção criam um espetáculo e movimentam a trama. Mas nem sempre os efeitos visuais são perfeitos, já que em momentos onde a destruição não é o foco, acabam sendo frustrante devido ao chroma-key (a famosa tela verde) visível em algumas cenas simples.
O elenco está no automático! Patrick Wilson e John Bradley são os que mais embarcam nos exageros e frases de efeitos do longa. Halle Berry entrega o que pode, tentando ser o ponto mais sério dos protagonistas. O resto são apenas operacionais.
Moonfall é uma salada mista de muitas coisas: tem previsibilidade, humor, ação, catástrofe com o proposito de ser entretenimento puramente escapista. Como aqui não há a pretensão de ser um novo marco dos filmes catástrofe, o longa abraça sem medo o exagero e vai agradar os adeptos que embarcarem em sua fantasia caótica, que mais diverte que procura logica.