Quem um dia irá dizer, que existe razão nas coisas feitas pelo coração? Certamente você que está lendo essa crítica e conhece a letra já deve está cantarolando a clássica musica do Legião Urbana lançada em 1986 e que se tornou o “hino” dos casais apaixonados. Sim, Eduardo e Mônica, casal mais conhecido da musica brasileira finalmente ganharam em Gabriel Leone e Alice Braga suas versões no cinema na adaptação da canção e que com certeza irá agradar os fãs dela e de um bom programa na tela grande.
A premissa é a mesma da musica, contando como em um dia atípico, uma série de coincidências levaram Eduardo a conhecer Mônica em uma festa e como mesmo eles, não sendo nada parecidos, se apaixonaram perdidamente.
O diretor René Sampaio (Faroeste Caboclo) usa como base a nostalgia da canção (e da banda) e adiciona diversos elementos históricos da década de 80 para contar uma história de amor que é apaixonante, mas também bastante realista.
A base para fazer o longa dá certo passa fortemente pela interação de seus protagonistas. A Mônica da Alice Braga passa um ar de madura, no ponto certo para a outra metade do texto funcionar que é o Eduardo do Gabriel Leone. É difícil não sorrir com algumas bobagens ditas pela o rapaz, mas que também entrega algumas maturidades escondidas. Existe uma certa estranheza positiva no personagem e de saber porque ele consegue se destacar mesmo que evidentemente ele não tenha um certo “brilho próprio”. Se a musica brincava com o estereótipo encontrando o anti estereótipo (o casal de protagonistas respectivamente) essa percepção cresce durante o longa, quando o roteiro preenche as lacunas deixadas na musica e traz focos narrativos para cada um deles. Conhecendo um pouco mais dos personagens acabamos mais imersos ao seu relacionamento e entendendo melhor porque assim como na canção o amor acontece. A aposta na velha formula dos encontros e desencontros, muita usada nas historias de romance aqui é usada da sua melhor maneira. Ao nos fazer querer que os dois se encontrem, torcer pelo casal, torcer pelos acasos e se sentir incomodado com a decisão de para com o outro em alguma briga ou uma decisão individual de algum, é a prova que o filme nos convida a participar bastante da historia.
No dado momento, quando o filme desisti um pouco de seguir o fluxo da canção para trabalhar o relacionamento dos dois e ao contrario como o que aconteceu com a adaptação de uma outra musica (Faroeste Cabloco), aqui o roteiro acerta bem, já que aqui a de fato o comprometimento de além de adaptar a letra de uma canção, mostra a jornada real de duas pessoas mesmo que bastante distintas se descobrindo e descobrindo porque estão de fatos sentindo aquela “parada” chamada de amor!
A filmografia é ótima! O passeio por Brasília, as referencias a letra da musica, o clima dos anos 80, tudo é feito de forma magistral tanto por ela quanto pelo roteiro.
No fim, Eduardo e Mônica além de uma bela homenagem a uma das canções mais icônicas da nossa musica, é uma linda e interessante historia de amor de duas pessoas bastante diferentes mas no final mostra que existe razão nas coisas feitas pelo coração!