Maligno | James Wan traz uma bizarra e ousada trama em seu novo projeto

Danilo de Oliveira
5 Min de Leitura
Warner Bros./Reprodução

É quase uma redundância eu falar que James Wan é um dos diretores mais talentosos dessa nova geração do terror. Desde de seu primeiro projeto lá em 2004 com Jogos Mortais, o cineasta malao já mostrava que conhecia bem o oficio, mas foi em 2013 com Invocação do Mal que veio seu ápice!

Wan se mostrou que também é versátil ao dirigir Velozes e Furiosos 7 (o ultimo da franquia com Paul Walker) e o incrível Aquaman (um dos melhores longa do DCEU) e agora retornando ao gênero que o lançou o diretor coloca essa versatilidade para ousar em uma trama original e instigante como poucas produções que o terror mainstream se fazem atualmente.

Maligno é o típico filme que quanto menos se sabe sobre melhor sua experiência com ele, e eu vou tentar ser o mais breve possível para não estragar isso ao falar sobre ele aqui na critica. Na trama vemos que Madison (Annabelle Wallis) sofre com visões de assassinatos brutais, e seu tormento piora quando ela descobre que esses pesadelos são realidade e estão ligados ao seu passado.

Warner Bros./Reprodução

Pronto, como eu falei acima, apesar do trailer mostrar mais detalhes, pra sua experiência ser melhor, somente saiba dessa parte da sinopse. O roteiro de Akela Cooper, com uma história de Wan e Ingrid Bisu (que trabalhou em outros projetos do diretor como A Freira e a franquia Invocação do Mal),segue como um thriller investigativo sombrio, repleto de nuances sobrenaturais. Toda condução se faz sem pressa, as peças que são sendo introduzidas aos poucos no começo não parecem fazer muito sentido, mas conforme o longa avança, tudo vai sendo bem encaixado, e olhe a revelação é o ponto chave, sendo um dos mais bizarros e chocantes do ano!

Bebendo bastante do estilo dos filmes Giallo (sub-gênero de horror bastante popular da Itália) o diretor usa de referências visuais e estéticas ligadas a Suspiria de 1977 e muitas outras desse gênero, além de não poupar da violência nos momentos de matança bem característicos do mesmo. Mas além dessa homenagem, Wan também imprime sua identidade ganha nos seus longas anteriores, como a trama policial a lá Jogos Mortais, seus manejos de câmera vistos em Invocação do Mal e até Aquaman. Claro que há outros longas de terror dos anos 70,80 e 90 que o cineasta sabiamente homenagear para conduzir sua obra e olha isso só mostrar como ele é ousado, porque o recurso do Jump-scares é bem nulo aqui (o que pode decepcionar os mais casuais conhecidos por mim por fãs de “terror de shopping”) e a estranheza do projeto, o faz parecer uma ilha paradisíaca em meio a um mar de saturação.

A direção de arte é outro destaque da trama. A mescla do uso de próteses com CGI chama a atenção. Em alguns momentos essa combinação casa perfeitamente e temos um realismo assombroso, mas em outros o CGI é exagerado e destoa, o que pode tirar o espectador um pouco do foco, mas nada que prejudique. A montagem apesar de bem fluida poderia ter uma barriga a menos (uns 10 min principalmente no segundo ato) e seria ainda mais dinâmico.

Warner Bros./Reprodução

No quesito atuação, temos um elenco afiado e a química entre eles é ótima. Os destaques da história são: Annabelle Wallis  que constrói uma protagonista muito boa dentro da proposta e a jovem Mckenna Grace (Ghostbusters: Afterlife) que rouba a cena, mesmo com pouco tempo em tela.

Sangrento e mesmo com poucos sustos, Maligno é uma ousada, bizarra e grata surpresa para os fãs do terror. James Wan revisita obras de sua autoria e outras que influenciaram a sua carreira para comprovar porque é um dos melhores diretores da sua geração no gênero.

 

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