Crítica – Hush: A Morte Ouve

João Fagundes
3 Min de Leitura

O novo Thriller do diretor de “Oculus” (2013) Mike Flanagan é uma prova de que não é preciso um grande orçamento, nem muitos cenários para um filme atraente. Com um elenco que se resume a cinco atores, “Hush: A Morte Ouve” (2016) tem tudo para ecoar o medo, que está muito bem distribuído nessa película.

Maddie Young (Kate Siegel) é uma escritora dedicada de vida pacata que, devido a uma surdez adquirida na infância preferiu viver em um local isolado onde a maioria das suas comunicações se resumem ao campo virtual. Sua tranquilidade termina com a aparição de um assassino mascarado que irá testar seus sentidos sem piedade.

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O início da obra te apresenta a protagonista e suas limitações, podendo sentir que estamos em seu ponto de vista quando o silêncio toma conta. Assim como em “Jessabelle” (2014) a deficiência é o motivo para implantar o pânico no espectador. Embora a desvantagem física e psicológica deixem o ambiente assustador, não estamos com uma garotinha assustada, mas sim com uma inteligente escritora que, pelo que vemos lê Stephen King.

A imprevisibilidade é um ponto bastante forte no filme, ainda que algumas ações pareçam desnecessárias. A casa, tanto na área interna quanto externa, é o palco para uma perseguição calorosa. Divide tão bem essa transição que não deixa diminuir a adrenalina injetada desde o primeiro ato. Os efeitos, ainda que simples são bons em acrescentar uma pitada de horror.

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O elenco é apropriado para esse longa. Alguns são experientes, outros precisariam de um papel mais desafiador, mas uma coisa é ótima em todos: eles são pouco conhecidos (para não dizer desconhecidos). Kate Siegel (de “Oculus”) foi desafiada e deu conta do recado, assim como John Gallagher Jr. (de “Rua Cloverfield, 10“) que fez desse crime um jogo, onde até seu personagem é um ator nato. Samantha Sloyan é a vizinha simpática que vem para chamar atenção, enquanto seu marido, o ator Michael Trucco é um colírio de inteligência questionável. Para finalizar o elenco temos Emma Graves em uma ponta, tão curta e pouco relevante que nem seria mencionada.

Por ser um filme pouco convencional, este não foi lançado nos cinemas. Sua exibição se resumiu a festivais e logo foi disponibilizado pelo serviço de streaming Netflix. Não é um terror propriamente dito, mas é um suspense psicológico forte o bastante para ser confundido. O que poderia ser uma versão hi-tech de “Halloween: A Noite do Terror” acabou impressionando. Sua conclusão, assim como seu início é repleto de características que o fazem único.

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Mais um Otaku soteropolitano que faz cosplay no verão. Gamer nostálgico que respira música e que se sente parte do elenco das suas séries favoritas. Aprecia tanto a 7ª arte que faz questão de assistir um filme ruim até o fim. É um desenhista esforçado e um escritor frustrado por ser um leitor tão desnaturado. É graduando no curso de Direito e formado no de Computação Gráfica. “That’s all folks!"
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