em 2006, o comediante Sacha Baron Cohen trouxe aos cinemas um dos seus mais emblemáticos personagem de sua carreira, o jornalista do Cazaquistão: Borat.
Se utilizando de ser uma especie de falso documentário, o ator interagia com varias pessoas reais e de forma caricata trazia a exposição da estupidez e preconceito da população americana. Bom, se passaram quase 15 anos e o personagem volta agora em um lançamento pela Amazon Prime Video e traz novamente essas mesmas nuances e revela que as coisas não mudaram tanto assim.
Após passar anos numa prisão que o escraviza,por causa da ridicularização que fez ao seu país por causa do longa anterior, Borat (Cohen) é convocado por seu governo para uma nova missão numa tentativa estapafúrdia de conseguirem a amizade de Donald Trump, a quem admiram. Entretanto,ao levar sua filha Tuta ( Maria Bakalova) uns imprevistos acontecem e ele acaba tendo inúmeras surpresas.
A continuação segue bem o estilo do original, novamente com o estilo de falso documentário onde vemos uma narrativa ficcional se mesclando e interagindo com pessoas reais e claro que para quem já conhece o personagem isso gera sequencias bem constrangedoras tanto pelo que ele está fazendo quanto pela reação daquelas pessoas nesses momentos.
Só que se em 2006 tínhamos com o personagem a forma de extrapolar e trazer a tona preconceitos,burrice,misoginia das pessoas que ali estavam sendo entrevistadas e naquela época era algo mais velado, em que as pessoas somente naquele momento se sentiam a oportunidade de botar pra fora esse preconceito. Já em nosso momento atual esse tipo de comportamento se sente validada e essas pessoas se sente até confortáveis de expor isso e só acharem liberdade de expressão, quando não é nada disso, e partindo desse ponto é que mesmo usando da mesma formula do anterior, a sequencia se faz interessante por nos trazer o que veio a esse tipo de “expressão” toma foco: A representação politica.
Indo por esse caminho o filme se coloca muito mais como uma comédia crítica escrachada muito certeira ao mostrar como não somente a população carrega essa ignorância mas a politica das daquelas pessoas que estão no poder. Como a politica de hoje em dia faz com esses grupos se sentem representadas e validadas a expor esse preconceito enraizado nelas.
E o texto mesmo caricato é certeiro pra colocar a pandemia e a xenofobia e ignorância que está sendo colocada por alguns lideres de estado. Existem inúmeros momentos de rir de desespero diante de algumas situações.
Outro grande destaque que chama atenção no filme é o texto feminista que o longa traz pela força motriz da personagem Tuta, filha do protagonista. A atriz Maria Bakalova consegue está tão mais bem a vontade que Cohen e nos traz momentos escatológicos de risada escrachada e ao mesmo tempo constrangedora, como um texto muito interessante sobre o papel da mulher na sociedade.
Borat: Fita de Cinema Seguinte é um filme que talvez represente o ditado “rir para não chorar”. O filme acerta na cara de pau e na forma de por meio de personagens tão exagerados e caricatos, esfregar a hipocrisia do ódio na cara de quem o tenta justificar, assim como criticar os maiores maus do início do século XXI: fake news, negacionismo científico e incentivo à repulsa por outros seres humanos. Tente gargalhar e não ficar imaginando como isso é extremamente real!
