Crítica – Game of Thrones – 4º Temporada

Danilo de Oliveira
6 Min de Leitura

Todo ano é assim: Vai chegando os episódios finais da temporada e o publico já cria um misto de angustia por sofrer mais um ano para continuar saboreando com uma expectativa enorme também talvez pelo mesmo motivo.

Sim estou falando de Game of Thrones,esta 4º temporada, a expectativa ainda era maior devido a ser o ponto alto dos romances escritos por George R.R. Martin, a segunda metade do terceiro livro Tormenta de Espadas.

Porem quem achava que os que apenas acompanham a serie de TV seria surpreendidos, eis que estão muito enganados. Esta foi a temporada que mais se distanciou da fonte, com soluções criativas para aumentar a interação entre personagens já amados. O resultado foi um destaque maior à independência de David Benioff e D.B. Weiss, responsáveis pela adaptação, e a melhor temporada da série até hoje.

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Logo no segundo episódio, The Lion and The Rose, temos o acontecimento que transforma tudo (e que acontecimento glorioso, irmãos, glorioso), moldando assim o futuro de todos os personagens – bem, quase todos.

Mas é a partir do quarto episódio, quando Bran (Isaac Hempstead-Wright) e Jon Snow (Kit Harington) deixaram seus arcos originais para ir até a casa de Craster, ficou claro que Benioff e Weiss tomariam rumos diferentes dos livros. Desde então, proporcionaram encontros empolgantes como o de Brienne (Gwendoline Christie) e Sandor Clegane (Rory McCann) em “The Children“. Estas intersecções nas tramas tornam a história mais complexa e diminuem a fragmentação dos episódios, pois mais personagens estão no mesmo local.

Alguns episódios como The Laws of God and Men e The Mountain and The Viper” mostram que as reviravoltas e as seqüência impactantes continuam surpreendendo; no primeiro, temos a melhor cena de Peter Dinklage até o momento. Mas todo episódio tem sua peculiaridade e motivo para ser assistido, como The Watchers on the Wall, que parece ter usado todo o orçamento da HBO para trazer uma hora de seqüência cheias de ação e emoção, em um dos momentos mais aguardados da série, onde Jon Snow mostra que não é tão inocente assim.

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A superioridade da temporada se mostra é no aprofundamento das relações entre personagens. Os diálogos ganharam mais intimidade e até tons de comédia. Arya (Maisie Williams) e o Cão, que já seguiam jornada desde antes do Casamento Vermelho, ficaram mais próximos e criaram uma relação de amor e ódio. Benioff e Weiss souberam aproveitar estes momentos, já que a dupla apareceu em quase todos os episódios. Particularmente divertida é a gargalhada da garota Stark ao saber da morte de sua tia. Foi a primeira vez em muito tempo em que ela pôde voltar a ser criança, ainda que por alguns segundos.

Oberyn Martell (Pedro Pascal), uma das novas(e mais aguardadas) aquisições da série, veio para ser amado. O príncipe tem motivação e charme suficientes para angariar fãs. Suas aventuras nas casas de prostituição e os diálogos com os Lannister davam novos sabores às cenas de Porto Real.Seu momento em Mountain and The Viper pode se disser uns dos momentos mais F*** e esperados pelos fãs.

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A trajetória de Daenerys também tem uma importante mudança, o que não ocorria desde a primeira temporada.Finalmente reinando a personagem vive os dilemas do colonizado frente a uma cultura já estabelecida, bem trabalhada pelos roteiristas. Outros personagens são bem explorados nesta parte da trama,fazendo não só foco na Mãe dos Dragões.

Mindinho, revelando-se como o jogador por trás dos maiores acontecimentos anteriores, se mostrou um dos melhores personagens da temporada. Seu ar cínico é sedutor, mas dá repulsa ao mesmo tempo. Até a sonsa da Sansa Stark dá uma transformação surpreendente. A filha de Eddard Stark já aprendeu muito. Sansa não espera mais finais de contos de fadas e aprendeu a prever os piores acontecimentos.

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Mas como eu disse acima o nome da serie sem sombra de duvidas é Peter Dinklage. Não tem jeito, ele nasceu para interpretar Tyrion Lannister. Há diversas cenas com atuação invejável, mas seu julgamento em “The Laws of Gods and Men” fez queixos caírem. Os diretores tomaram a decisão certa ao reservar um longo período para o tribunal.

A quarta temporada pode ser facilmente considerada a mais emocionante (e a melhor); com atores excelentes, diretores mais do que competentes e tratamento de primeira desde o roteiro até o cenário, Game of Thrones consegue mais uma temporada tão boa quanto sempre, que ao contrário de muitas outras séries, não perde o fôlego e deixa o público cada vez mais angustiado para a próxima.

 

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