A difusão dos serviços de streaming de uma ótica trouxe um lado bem positivo para divulgação e criações de obras que jamais veríamos numa tela de cinema, seja por questões de mercado e publicidade ou criativas. Em busca de conteúdo bem diversificado e abrangente para seus públicos, as plataformas além de auxiliar criação de produtos originais, adquire obras que tem boas relevâncias em festivais e entre outras o que faz nós conhecemos produções bem interessantes e sem aquela propaganda massiva em meio a nossa atual condição de isolamento social.
Em uma dessas busca no Amazon Prime Video que encontrei A Vastidão da Noite, filme apresentado no Festival de Sundance em 2019 que com um orçamento modesto, despontou e ganhou notoriedade a ponto de ser adquirido pela plataforma de streaming e sendo distribuído globalmente e conquista os amantes das histórias de ficção cientifica.
A trama acompanha uma noite numa cidade do Novo México, no fim dos anos 1950 – época em que a ficção científica e as histórias com alienígenas se popularizam na TV e no cinema americano em meio aos primeiros anos da corrida espacial. Dois jovens, a telefonista Fay (Sierra McCormick) e o radialista Everett (Jake Horowitz), percebem uma interferência de rádio misteriosa, e eles partem para investigar, enquanto todo o resto da cidade prestigia no ginásio local uma partida colegial de basquete.
A Vastidão da Noite é um filme que parte de uma premissa muito simples, que a gente já viu ser tratada outras vezes no cinema, só que a forma como essa premissa é trabalhada e executada é o que torna a produção tão interessante e engajante de ser assistido. O roteiro do Craig W. Sanger e James Montague (um pseudo nome que o diretor Andrew Patterson usa aqui) é quase um tributo a série Twilght Zone ,a original e alguns elementos de Contatos Imediatos de Terceiro Grau de Steven Spielberg, mas cabe destacar que o impacto desse filme não está nas imagens e sim na tensão provocada aos poucos através dos seus diálogos em pouco mais de 90 minutos com um ritmo bem agradável.O suspense é bem desenvolvido por duas frentes:investir tempo para desenvolver os personagens e na contextualização da história. E segundo pelo estilo do filme que apesar de ser uma história de ficção cientifica, mostra que não precisa de grandes efeitos ou orçamento inflado para garantir uma boa produção.
O outro ponto interessante é a fotografia que faz jus ao titulo.O diretor não tem medo da escuridão e opta por muitos momentos somente se utilizar da luz natural em um poste de luz, um abajur e opta pelo um rumo até meio que propriamente mais autoral em suas essências. A montagem tem boas transições e o uso do som se reforça muito mais que a imagem, uma vez que a época onde a trama se passa o radio era algo bem mais popular que a TV e isso se faz presente aqui para construção dela. Destaque aqui também para grande tomada que passear pela cidade inteira situando-a para o espectador. Impressiona pela grande duração e como ela se torna tão bem efetiva.
A Vastidão da Noite não é um filme que vai atingir todos os publico.Se você quer uma grande história desenvolvida através de ótimos efeitos especiais esse daqui talvez não seja o seu lugar, aqui o engajamento vem de outra forma, mais sutil e requer sua atenção,e quer que você mergulhe na trama que é proposta. Para os amantes da boa e velha ficção cientifica tenho certeza que o programa terá um sabor bem satisfatório.