Crítica – À Beira Mar

João Fagundes
3 Min de Leitura

Após “Invencível”, drama verídico dirigido em 2014, eis que Angelina Jolie (Pitt) nos apresenta um novo filme dramático, mas com novos elementos para seu arsenal de diretora, que ainda está em construção. Além de se inspirar em sua mãe, a também atriz deste filme trouxe seu marido Brad Pitt, dando uma breve nostalgia da parceria em “Sr. e Sra. Smith” (2005). Mais intimista impossível!

Tipicamente francês, o longa faz de tudo para ser Cult, com uma belíssima fotografia de perspectiva clássica do gênero, tendo todo um “je ne sais quoi” com um elenco norte-americano. Um ótimo elenco, mesmo que não haja muitos personagens. Por óbvio será destacado o casal de Hollywood, que sempre dos deixará uma pergunta: Eles estão sendo eles mesmos?

Vanessa (Jolie) e Roland (Brad Pitt) viajam para uma região litorânea da França, buscando bons momentos numa relação desgastada que perdura longos 14 anos. Enquanto Roland busca inspiração nas pessoas para escrever mais livros, Vanessa evita contato com todos, se mantendo no resort em que hospedaram. Ao conhecerem os vizinhos recém-casados, veem uma possibilidade de reencontrarem o amor que havia entre eles.

A atuação de Jolie está destacando uma mulher inicialmente melancólica, traumatizada que não deixa claro o que quer, enquanto Pitt faz mais um papel difícil de arrancar suspiros. O casal jovem interpretado por Melanie Laurent e Melvil Poupaud é o pouco que haverá de francês, em humildes atuações. Sexo, cigarros, sexo, cigarros, sexo e para não fumar tanto, um bom vinho para acompanhar o sexo.

Apesar da bela proposta, “À Beira Mar” pode ser visto também como um espelho da relação entre o casal de atores, que está complicada, mas com menos drama (e mais crianças), ou uma oportunidade de Angelina mostrar o resultado da dupla mastectomia preventiva, realizada em 2013. O que seria de um filme pseudo-francês sem cenas de nudez?

O filme se conclui com uma singela diferença da forma que se iniciou, sendo mórbido como era pra ser, mas pouco original e bastante óbvio. É uma obra que aborda a forma que cada um encontra para superar problemas em geral e viver, ainda que carregando dores que não se vão.

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Mais um Otaku soteropolitano que faz cosplay no verão. Gamer nostálgico que respira música e que se sente parte do elenco das suas séries favoritas. Aprecia tanto a 7ª arte que faz questão de assistir um filme ruim até o fim. É um desenhista esforçado e um escritor frustrado por ser um leitor tão desnaturado. É graduando no curso de Direito e formado no de Computação Gráfica. “That’s all folks!"
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