A Capcom nos últimos anos parece ter ouvido os fãs e ressurgiu das cinzas com ótimos e bem sucedidos jogos (não estou falando de você Street Fighter V) recentes. Monster Hunter World agradou uma porrada de gente que nem nunca parou pra saber o que é a franquia, Devil May Cry 5 trouxe o melhor game de Dante e cia e a reimaginação de Resident Evil 2, um clássico da franquia de horror, foi sem duvidas a serenata de amor que a empresa precisava pra reatar com seu publico, inclusive sendo candidato a game do ano em 2019.
Anunciado pouco tempo depois do remake do segundo game e com um hype imenso gerado exatamente por causa do mesmo, Resident Evil 3 reimagina o clássico game lançado em 1999 para Playstation 1, e que traz de volta uma das mais icônicas protagonista da série: Jill Valentine. O problema é que toda essa expectativa com certeza atrapalhou o que tinha tudo pra ser mais um trabalho primoroso da empresa, mas que sai um tanto aquém do que foi prometido.
Pra quem não jogou o de 1999, o inicio e o enredo do remake traz uma ótima adição pra nos contextualizar e imergir na história de uma forma mais cinematográfica por assim dizer. A abertura em live-action começa mostrando o caos se instaurando em Racoon City decorrente ao surto viral que está começando a se espalhar além de mostrar a criação do icônico vilão Nêmesis em uma instalação secreta. Jill está na cidade colhendo provas dos planos da Umbrella pra se encontrar com Chris na Europa. A empresa maléfica comprou o silêncio de todos os grandes em Racoon City, o que fez colocar a culpa no grupo S.T.A.R.S da qual a protagonista faz parte. Agora em meio aos caos Jill precisa escapar da cidade tendo ajuda de Carlos e o grupo de mercenários do qual ele faz parte além de fugir do seu stalker mor, um carinha “grandinho” chamado Nemesis, que foi criado pra ser uma queima de arquivos e eliminar Jill e quem quer que saiba sobre os planos obscuros da corporação.
Esse inicio já nos dar uma ideia de como a protagonista está vivendo focada em suas investigações e como ela mal come e dorme diante disso. Apos receber uma ligação o game já coloca a personagem em alerta diante de seu perseguidor que dessa vez surge logo sem muitas cerimonias. Essa abertura já nos dar o quanto explosivo e rítmico essa reimaginação será,o que é bom, porque melhora alguns pontos do enredo, mas pode ser ruim pra quem queria reviver seus momentos nostálgicos de 99, mas ai vai de gosto pra gosto, eu achei bom, porque casa bem com a proposta de reimaginação.
RE 3 é um game mais linear também e isso se reflete em áreas poucos extensas no mapa em relação ao seu antecessor. Com o foco na ação os zumbis que no remake anterior já eram bem agressivos se tornam ainda mais numerosos, mas a personagem tem mais recursos também pra enfrenta-los. A mais grata é a esquiva que diferente do original tem um botão pra tal ação que se apertada no momento certo, gera uma animação em câmera lenta e possibilita um contra golpe imediato (seja com a arma ou a faca, que dessa vez não quebra depois de um tempo como no remake anterior), o que ajuda a conter essa crescente de inimigos. Até os barris de combustíveis tem em bastantes locais pra serem usados pra enfrentar as hordas.
A exploração da cidade é bem menos imersiva se comparada com o remake anterior. Ainda temos um pequeno trecho no departamento de policia que apareceu no 2, esgoto e etc, mas os saudosistas não esperem ver a torre do relógio, já que a Capcom ousou e retirou absorvendo mais do roteiro cinematográfico para a história aqui. Alias esse recurso da trama se faz no tempo de gameplay que apesar de curto (entre 5 e 6 horas, sendo que a minha jogatina levei 7 horas e pouca pra finalizar) está no padrão dos primeiros games da franquia,só acho que o preço pra esse tempo e fator replay um tanto reduzido não vale o investimento de 250 pilas mas nem f***ndo. Uns 150 reais como por exemplo Far Cry: New Dawn faria mais sentido, não desmerecendo a qualidade do game, mas sim seu conteúdo como todo pra um valor alto exigido.
Sim,quase esqueço do Nêmesis né? Sem duvidas está aqui uma das minhas maiores decepções no game. O novo visual pra mim ficou ok, o problema está em suas aparições que embora dê um bom susto nos mais desavisados, não são marcantes e tensas como por exemplo o Mr.X que no anterior que deu um banho no original e aqui (ao menos eu) a gente esperava uma atualização de respeito com um vilão que fez muita gente suar frio com o controle na mão décadas atras. Ele ainda surgem em momentos chaves, mas fugir dele ou enfrenta-lo não tem um senso de urgência e tensão como se esperava do vilão, sério, alguns momentos eu me perguntava: Tá é só isso? E era!. O bicho ainda tem suas varias formas e é o stalker amarradão na Jill mas merecia algo melhor pra representar aquele que chegou a ser o subtitulo do game original, não só uma atualização visual e armamentista e só.
Acho que a palavra pra definir Resident Evil 3 Remake seria pouco! Pouco tempo de campanha,poucos puzzles, pouco conteúdo e que corresponde pouco nossas expectativas no geral.Ele é ainda sim um game divertido com uma boa história,um gameplay fluido com personagens ainda bem mais cativantes que o original( Carlos é milhões de vezes mais relevante e sua interação com Jill é ainda melhor que Leon e Claire no 2) e que vale ser jogado por quem é fã da franquia, mas com esse preço, ai senhora Capcom, não dá né? Há e tem um modo online!
O Tal do Resident Evil Resistance
O modo online vindo juntamente com o game praticamente é um novo jogo chamado Resident Evil: Resistance e se trata basicamente de um competitivo com 5 jogadores sendo 4 x 1, onde quatros jogadores serão sobreviventes e o quinto o vilão. Até o momento só está disponível um modo de jogo e seis opções de sobreviventes e 4 para vilões, além de 4 mapas. O modo é uma junção de Dead by Daylight com jogos de card game, ficou confuso, perai que eu explico.
Os sobreviventes tem que cumprir certos objetivos no tempo previsto para vencer, enquanto o vilão tem que atrasar ou matar eles, evitando-os de cumprir os objetivos para vencer, para isso o vilão tem um deck de cartas com certas criaturas e armadilhas cada uma com requisitos e custo para invocar-las no cenário. O vilão ainda pode incorporar em certas criaturas invocadas para atacar pessoalmente.
Cada personagem tem uma particularidade. Do lado dos Sobreviventes, temos January que consegue usar suas habilidades de hacker para desligar câmeras de segurança e outros gadgets do vilão; Valerie que é uma curandeira e pode marcar itens no cenário, facilitando as buscas; Tyrone que é o tank e consegue aplicar um “buff” em seus companheiros; Samuel que pode executar ataques com grande dano corporal; Becca que é outra personagem de dano com técnicas de “buff” nas armas de fogo; e Martin que é o outro suporte, cujos especiais permitem que ele crie minas explosivas, além de deixar os personagens desestabilizados temporariamente.
Já os vilões são figuras já conhecidas da franquia como Daniel Fabron, Annette Birkin, Alex Wesker e Ozwell E. Spencer cada um com sua habilidade especial que pode ser ativada.
Ao invés de transitar livremente pelos mapas e atacar os inimigos, o vilão do mapa observa tudo remotamente através de câmera, podendo alternar entre os displays livremente para posicionar suas criaturas para atrapalhar os jogadores. É bem interessante a proposta do modo mas é um tanto desbalanceada até onde eu pude jogar, sendo que ser vilão é um tanto mais fácil de vencer e seus mapas um tanto apertado para 4 jogadores + inúmeras outras coisas invocadas. Acho que o modo tem potencial mas um patch de correção pra melhorar esse desbalanceamento, novos mapas e opções de modos trariam mais motivações para eu e outros revisitar ele. E outro adentro está na conectividade que me apresentou bastante lag no inicio e quase desistir do modo(ouvir outras pessoas relatando mesmo problema), mas fui um pouco persistente (estou de quarentena acho que por isso rsrsrs) e conseguir fazer algumas partidas pra poder resenhar. Então se desejar curtir Resistance vá com calma que em breve a Capcom já anunciou manter suporte ao modo, então esperamos boas novidades pra a sobrevida do game.
E pra finalizar, Capcom se for fazer remake de Code Veronica, ao menos faça com calma e faça como ele merece! Não espero nada que não seja menos que GOTY viu! Se não for assim melhor ir fazer o oitavo que tá bom!